Após algums meses de muitas idéias, conversas e algumas negociações, na semana passada tomamos posse da sala que vai sediar o primeiro Hackerspace brasileiro, em São Paulo.
Para quem não conhece a idéia, os HackerSpaces são locais físicos onde os amantes da tecnologia podem se encontrar e desenvolver projetos livremente. O Hackerspace permite que pessoas com conhecimentos distintos proponham projetos e trabalhem em conjunto, unindo suas idéias e experiências. Os membros tem o espaço a disposição para desenvolver projetos individualmente ou em grupo. Os diversos HackerSpaces existentes no mundo servem justamente como um ponto de encontro, de socialização e de troca de conhecimento. Os Hackerspaces são multidisciplinares - qualquer projeto ou idéia relacionado a tecnologia ou aplicação da tecnologia é bem vindo. Lá convivem estudantes e profissionais, especialistas em informática, engenharia elétrica, robótica, desenvolvimento, segurança da informação ou qualquer outra área.
O Hackerspace também é um espaço onde podemos resgatar o conceito original da palavra "hacker": um expert e apaixonado por tecnologia, na maioria das vezes autodidata, que gosta de "fuçar" e pesquisar para aumentar o seu conhecimento e buscar novos desafios.
O HackerSpace de São Paulo tem um site provisório no NING que utilizamos para trocar idéias e planejar a criação do HackerSPace paulista, e que já conta com mais de 100 pessoas cadastradas (mais precisamente, 119 na data de hoje - 30 de agosto) e várias pessoas colaboraram ativamente para fazer este projeto virar realidade.
O HackerSPace está ocupando uma sala na Casa da Cultura Digital, um espaço muito legal que fica no centro de São Paulo, perto do metrô República. A Casa da Cultura Digital é um espaço que hospeda diversas organizações ligadas de alguma forma à cultura digital, ONGs, INGs e empresas, e que foi criado com a intenção de permitir naturalmente a convivência e a troca de idéias, projetos e de pessoas.
A Casa da Cultura Digital promove alguns eventos e iniciativas relacionados a cyber cultura digital no Brasil, e o fato de estarmos com o HackerSpace lá poderá permitir uma grande integração entre o conhecimento técnico dos membros do Hackerspace com esses grupos e fomentar a aplicação da tecnologia em projetos culturais.
Atualização em 23/11:
Em outubro o hackerspace ganhou o nome definitivo de Garoa Hacker Clube, e ganhou um site novo.
Diversas novidades, informações, dicas e casos do dia-a-dia: na vida pessoal, sobre Tecnologia e, principalmente, Segurança da Informação.
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agosto 30, 2010
agosto 20, 2010
[Segurança] O perigo de se expor em redes sociais
Eu estava visitando o blog do Dr. Mariano e vi um post muito interessante, entitulado "O perigo de suas informações pessoais na internet!", que fala sobre os perigos relacionados as informações que as pessoas publicam inocentemente em seus perfis nas redes sociais e que podem ser usadas por criminosos contra elas próprias. Segundo o artigo do Delegado Mariano, cerca de quatro em cada dez pessoas que usam redes sociais (como Orkut, Facebook e o Twitter) publicam comentários específicos sobre seus planos para feriados e um terço faz atualizações durante seus passeios num final de semana. "Essa falta de cuidado pode facilmente fazer com que criminosos descubram os interesses das pessoas, localização, movimentos e se estão fora de casa", ele completa.
Na verdade, este artigo faz referência a uma reportagem do Fantástico que foi ao ar no começo do mês (e eu não a tinha visto até então) e a um artigo no UOL.
A reportagem do Fantástico, chamada "Quadrilha escolhia vítimas para sequestro pela internet, diz polícia", foi ao ar no domingo dia 01 de agosto e mostra uma quadrilha paulista que sequestrava jovens e que escolhia suas vítimas através das redes sociais. Eles procuravam usuários que mostravam sinais de riqueza em seus perfis, principalmente através das fotos de suas casas e de viagens para o exterior. Depois, os membros da quadrilha começavam a frequentar os mesmos bares e danceterias da vítima escolhida para ter certeza da situação financeira da família.
A quadrilha era violenta. A reportagem mostra o momento considerado o mais tenso das negociações, quando o sequestrador ameaçou cortar uma orelha ou um dedo do estudante. Segundo as investigações, em um mês a quadrilha praticou dois sequestros e já possuía uma lista de novas vítimas. (veja a reportagem abaixo)
Recentemente, a Folha.com também publicou uma reportagem sobre Quadrilhas que monitoram perfis no Twitter e detectam oportunidades para roubar residências. As quadrilhas, no caso, atuam nos Estados Unidos, Holanda e México, mas nada impede que quadrilhas brasileiras façam o mesmo.
As recomendações são muito simples: devemos sempre evitar publicar dados pessoais na Internet, seja no perfil de redes sociais, através de comentários nos quadros de mensagens (o "scrapbook" do Orkut, por exemplo) ou em mensagens do Twitter. Nunca divulgue publicamente seu endereço e telefone. Também evite publicar fotos suas que mostrem alguma ostentação. Evite também aceitar o convite de amizade de alguém que você não conheça. Por último, use os controles de privacidade existente nas redes sociais para definir quem pode visualizar os seus dados e suas fotos, e permita o acesso somente para o seu grupo de amigos, aqueles que você conhece.
Na verdade, este artigo faz referência a uma reportagem do Fantástico que foi ao ar no começo do mês (e eu não a tinha visto até então) e a um artigo no UOL.
A reportagem do Fantástico, chamada "Quadrilha escolhia vítimas para sequestro pela internet, diz polícia", foi ao ar no domingo dia 01 de agosto e mostra uma quadrilha paulista que sequestrava jovens e que escolhia suas vítimas através das redes sociais. Eles procuravam usuários que mostravam sinais de riqueza em seus perfis, principalmente através das fotos de suas casas e de viagens para o exterior. Depois, os membros da quadrilha começavam a frequentar os mesmos bares e danceterias da vítima escolhida para ter certeza da situação financeira da família.
A quadrilha era violenta. A reportagem mostra o momento considerado o mais tenso das negociações, quando o sequestrador ameaçou cortar uma orelha ou um dedo do estudante. Segundo as investigações, em um mês a quadrilha praticou dois sequestros e já possuía uma lista de novas vítimas. (veja a reportagem abaixo)
Recentemente, a Folha.com também publicou uma reportagem sobre Quadrilhas que monitoram perfis no Twitter e detectam oportunidades para roubar residências. As quadrilhas, no caso, atuam nos Estados Unidos, Holanda e México, mas nada impede que quadrilhas brasileiras façam o mesmo.
"Perceba a crueldade e a violência com que agem os criminosos mostrados na reportagem e as graves consequências do que pode acontecer pela falta de controle de informações na internet."
Delegado José Mariano de Araujo Filho
As recomendações são muito simples: devemos sempre evitar publicar dados pessoais na Internet, seja no perfil de redes sociais, através de comentários nos quadros de mensagens (o "scrapbook" do Orkut, por exemplo) ou em mensagens do Twitter. Nunca divulgue publicamente seu endereço e telefone. Também evite publicar fotos suas que mostrem alguma ostentação. Evite também aceitar o convite de amizade de alguém que você não conheça. Por último, use os controles de privacidade existente nas redes sociais para definir quem pode visualizar os seus dados e suas fotos, e permita o acesso somente para o seu grupo de amigos, aqueles que você conhece.
agosto 19, 2010
[Cidadania] Discriminação
O programa jornalístico "A Liga" da TV Bandeirantes levou ao ar no dia 16 de agosto de 2010 um programa muito interessante sobre discriminação e preconceito no Brasil.
O programa mostou como o povo brasileiro, em geral, é preconceituoso e não sabe respeitar as diferenças e as individualidades do próximo. e o preconceito no Brasil tem vários motivos: cor, raça, religião, condição social, opção sexual ou doença. De uma forma que as vezes era até até exagerada, o programa expunha pessoas comuns a situações em que elas naturalmente mostravam seu preconceito, e muitas vezes admitiam isso claramente.
O programa, como disse, foi bem interessante e abordou vários casos reais, como do rapaz de cor que foi parado pela Rota em São Paulo quando voltava do serviço e levou dois tiros enquanto estava deitado no chão aguardando ser interrogado (o pior foi ele contando que, quando os policiais perceberam o erro, se questionaram o que fazer com ele - se o matavam ou não), do rapaz que foi barrado na porta da balada por não aparentar ser de classe média-alta, do casal homossexual que não pode se acariciar em público, do gerente de sistemas que foi demitido quando se descobriu portador do vírus HIV e da criança que não foi aceita na escola por ter síndrome de Down. Os exemplos foram vários (incluiu até mesmo um anão e um idoso), e tenho certeza que eles não tiveram dificuldade em achar tantas vítimas nem tantas situações em que o preconceito era tão evidente.
O programa também deixou claro que a raiz de tanta discriminação no Brasil é a falta de educação e de informação da população, que não sabe respeitar nem entender as diferenças.
O interessante é comparar a situação no Brasil com os EUA, principalmente no que se trata do preconceito de raça. Lá, nos EUA, existe muito preconceito, com a diferença que aqui no Brasil a discriminação é mais velada, mais sutil, enquanto lá é mais explícito - embora o americano se esforce em passar uma imagem de tolerância, de "politicamente correto". Lá, existe segregação, e aqui existe o desrespeito e a intolerância. Lá existem os bairros dos negros e os bairros dos brancos, e não é tão comum encontrar casais inter-raciais quanto aqui.
Aí vai uma dica: antes de fazer algum comentário sobre outra pessoa, substitua a palavra que você for utilizar para se referir a ela por "negro" ou "minha mãe". Se o resultado parecer ofensivo, talvez seja melhor não abrir a boca e guardar o comentário para si. (Por exemplo, em vez de dizer que "viu um casal homossexual se beijando" ou "não gostaria que aquela criança deficiente frequentasse a aula com meu filho", pense na frase "vi um 'casal de cor' se beijando" ou "não gostaria que a 'minha mãe' frequentasse a aula com meu filho". As frases não ficaram mais ofensivas?).
O programa mostou como o povo brasileiro, em geral, é preconceituoso e não sabe respeitar as diferenças e as individualidades do próximo. e o preconceito no Brasil tem vários motivos: cor, raça, religião, condição social, opção sexual ou doença. De uma forma que as vezes era até até exagerada, o programa expunha pessoas comuns a situações em que elas naturalmente mostravam seu preconceito, e muitas vezes admitiam isso claramente.
"A maioria [das pessoas] manifesta [seu preconceito] de forma indireta e não tem consciência do seu grau de preconceito."
Gustavo Venturi, Professor de Sociologia
O programa, como disse, foi bem interessante e abordou vários casos reais, como do rapaz de cor que foi parado pela Rota em São Paulo quando voltava do serviço e levou dois tiros enquanto estava deitado no chão aguardando ser interrogado (o pior foi ele contando que, quando os policiais perceberam o erro, se questionaram o que fazer com ele - se o matavam ou não), do rapaz que foi barrado na porta da balada por não aparentar ser de classe média-alta, do casal homossexual que não pode se acariciar em público, do gerente de sistemas que foi demitido quando se descobriu portador do vírus HIV e da criança que não foi aceita na escola por ter síndrome de Down. Os exemplos foram vários (incluiu até mesmo um anão e um idoso), e tenho certeza que eles não tiveram dificuldade em achar tantas vítimas nem tantas situações em que o preconceito era tão evidente.
"Também não são raras situações discriminatórias com pessoas doentes, como as portadoras do vírus HIV. Ao acreditar em mitos, como a transmissão pelo ar ou através de um abraço ou aperto de mão, muitos adotam uma postura preconceituosa. Além de constrangimento, é um ato que gera sofrimento para o doente como para as famílias."
O programa também deixou claro que a raiz de tanta discriminação no Brasil é a falta de educação e de informação da população, que não sabe respeitar nem entender as diferenças.
"A falta de informação gera preconceito, que gera discriminação."
O interessante é comparar a situação no Brasil com os EUA, principalmente no que se trata do preconceito de raça. Lá, nos EUA, existe muito preconceito, com a diferença que aqui no Brasil a discriminação é mais velada, mais sutil, enquanto lá é mais explícito - embora o americano se esforce em passar uma imagem de tolerância, de "politicamente correto". Lá, existe segregação, e aqui existe o desrespeito e a intolerância. Lá existem os bairros dos negros e os bairros dos brancos, e não é tão comum encontrar casais inter-raciais quanto aqui.
Aí vai uma dica: antes de fazer algum comentário sobre outra pessoa, substitua a palavra que você for utilizar para se referir a ela por "negro" ou "minha mãe". Se o resultado parecer ofensivo, talvez seja melhor não abrir a boca e guardar o comentário para si. (Por exemplo, em vez de dizer que "viu um casal homossexual se beijando" ou "não gostaria que aquela criança deficiente frequentasse a aula com meu filho", pense na frase "vi um 'casal de cor' se beijando" ou "não gostaria que a 'minha mãe' frequentasse a aula com meu filho". As frases não ficaram mais ofensivas?).