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julho 12, 2011

[Opinião] TAM, 35 anos

Hoje, 12 de Julho, eu peguei um vôo da TAM e, por uma grande coincidência, foi justamente o dia em que a compania aérea completou 35 anos desde sua fundação :)

Para comemorar a data, além do tradicional poltrona apertada e do sanduíche meia-boca (felizmente não serviram amendoim, pois, afinal, era um vôo de 3 horas), eles nos serviram um simpático brigadeiro.



Hoje a TAM é a maior empresa brasileira de aviação civil (e, pelo que eu vi em um vídeo deles, a maior da América Latina), fruto do trabalho pioneiro do falecido Comandante Rolim Amaro. Eu lembro que, logo que comecei a trabalhar (e, de quebra, a viajar bastante a trabalho), ainda haviam a Varig, a Transbrasil e a VASP ainda se arrastava pelos ares, mas a TAM era a compania preferida pelos empresários e profissionais, pois oferecia um atendimento impecável e excelente serviço de bordo. Era a época áurea da aviação comercial no Brasil, aonde as companias aéreas serviam refeição de verdade nos vôos, que comíamos de bom grado usando talheres de metal, acompanhada de uma variedade realmente grande de bebidas.

Nesta época, a TAM surgiu pequenina e rapidamente abocanhou uma grande fatia de mercado das grandes empresas concorrentes. Como disse acima e volto a insistir, nesta época a TAM se diferenciava pela qualidade, ou melhor, pela excelente qualidade. Havia detalhes folclóricos como um tapete vermelho extendido na porta do avião e o piloto parado na porta de embarque, recepcionando pessoalmente os passageiros. Chegou a ter até um pianista na sala de embarque da TAM, tocando ao vivo. Ah, naquele tempo, as salas de embarque em Congonhas eram exclusivas das companias.

O preço da TAM era bem superior a da concorrência - em bom português, era caro mesmo. Mas poucas pessoas se se importavam com isso: quem podia, fazia questão de pagar uma passagem mais cara na TAM pois sabia que o atendimento seria muito melhor do que em qualquer outra compania aérea.

Lembro que naquela época eu tinha alguns amigos que trabalhavam no call center da TAM e eles me contavam que o Comandante Rolim e sua esposa ligavam para o call center de vez em quando só para verificar como estava a agilidade e a qualidade do atendimento.

Ah... eu confesso: eu gostava dos Focker 100!

De lá para cá, muita coisa mudou. O Comandante Rolim morreu em um acidente de helicóptero em 2001, a Varig, Transbrasil e a Varig faliram, o mercado internacional retraiu depois dos ataques às Torres Gêmeas em 11 de setembro de 2001 e surgiu a Gol, que inovou o mercado nacional com... com... as barrinhas de cereal!

E, hoje em dia, quase nada sobrou daquela época. Exceto, talvez, a balinha que as aeromoças oferecem antes do avião decolar (algo que, na década de 90, era inovador e não passava de um pequeno detalhe no meio de tanta mordomia que a TAM oferecia para seus clientes).

TAM, meus sinceros parabéns pelos seus 35 anos, e que venham os próximos 35. O brigadeiro estava muito gostoso, e ele representou um ato muito simpático de vocês.

Mas eu sinto falta do Comandante Rolim.

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