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fevereiro 29, 2012

[Segurança] Stress entre os profissionais de segurança

Já perdi a conta de quantas vezes tive vontade de largar tudo e ir vender água de côco na praia. Por isso mesmo não estranhei quando recebi, agora há pouco, a newsletter da revista CSO Online com algumas reportagens sobre stress e "burnout" entre os profissionais de segurança.

Aparentemente o conjunto de artigos foi motivado por um painel com profissionais da área realizado na RSA Conference que acontece em San Francisco nesta semana. Em particular, a reportagem "RSA Conference 2012: Stress and burnout in infosec careers" descreve os principais comentários realizados pelo pessoal que participou do painel, que relataram já ter visto alto grau de stress e esgotamento entre profissionais de segurança.

O artigo "Security - It’s Just a Job" lembra do esforço que nosso trabalho demanda: trabalhar até tarde da noite, não ter tempo para almoçar, jornada de trabalho de até 70 horas por semana - isso sem falar de que podemos ser acionados a qualquer hora da noite ou do final de semana, já que, afinal, ataques não tem hora certa para acontecer. E, o que é pior: com o passar do tempo, passamos a considerar isso tudo "normal" e, quando percebemos, já é tarde demais: distância da família e amigos, sem tempo para vida pessoal, anos sem férias ou descanso, etc.

E, cá entre nós, as tecnologias de acesso remoto (do e-mail no celular a VPN) só tornam a coisa pior.

A reportagem nos convida a trabalhar de forma mais inteligente (priorizando tarefas e definindo limites) e encarar o trabalho como "isto é apenas um trabalho". Afinal:

"We can give ourselves over to the machine, the business, the beast with the eternal appetite. Knowing that it can never be satiated by our labors. "

A propósito, há uns 15 anos atrás um colega me disse uma frase bem parecida com a frase acima: "o trabalho sempre estará aqui". Ou seja, não importa o quanto você se esforce e trabalhe até mais tarde; no dia seguinte, ainda haverá muito trabalho a ser feito. E, o que é pior: a tendência natural de todos os gestores é centralizar as tarefas mais importantes no pessoal de confiança, isto é, que ele sabe que vai entregar o trabalho com qualidade e no tempo necessário. Logo, a tendência natural é que os profissionais mais esforçados estarão sempre sobrecarregados de trabalho.

Uma reportagem de 2010 da CSO Online já apontava este problema e indicava quais seriam alguns sinais de stress e esgotamento no trabalho (além de dar algumas dicas para resolver isso):
  • Para você, todo dia é um dia ruim.
  • Importar-se com o seu trabalho ou vida familiar parece um desperdício total de energia.
  • Você se sente exausto o tempo todo.
  • A maior parte de seu dia é gasto em tarefas que você considera tediosas, maçantes ou esmagadoras.
  • Você se sente que nada do que você faz pode fazer diferença ou ser apreciada.
Por fim, a CSO Online também traz uma matéria com as 10 piores perguntas em entrevistas de emprego e como respondê-las. A maioria das perguntas listadas na reportagem são meio bobinhas ou bem conhecidas (quer imaginar pergunta mais besta do que "Are you a risk-taker?" ou "Why are you leaving your current job?"), mas algumas são interessantes ou mesmo "pegadinhas". Você, por exemplo, saberia a melhor forma de responder as perguntas abaixo?
  • "What do you think about security convergence and its effect on our company?"
  • "Are you willing to be accountable for security?"
Última frase do artigo, para lembrarmos sempre...

"Tomorrow when you wake up Anonymous will still be here, so too cross site scripting, and sql injection."

Um comentário:

  1. Legal Anchises. Depois que voltei a pratica esportes em especial o Triathlon vi que existe vida alem dos computadores e o mais importante voce ficando menos horas no computador fará seu trabalho igualmente (visto que as horas trabalhadas renderao mais pela qualidade de vida) e seu salario sera o mesmo trabalhando 8 10 ou sei la quantas horas no dia.

    Tempos atrás achei essa frase e concordo plenamente:

    "Nem todas as empresas precisam investir em qualidade de vida, promoção de saúde ou coisa parecida. Só aquelas que querem ser competitivas no século XXI" - Robert Karch

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