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dezembro 10, 2014

[Segurança] A evolução do ciber crime brasileiro

Algumas reportagens e relatórios publicados recentemente mostram uma grande evolução no ciber crime brasileiro. É possível perceber que, aos poucos, os ciber criminosos nacionais estão se diversificando e saindo do modelo tradicional de fraude, baseado apenas em ataques de phishing e trojans bancários, algo que desde sempre dominou o cenário do ciber crime no Brasil.

Veja os exemplos a seguir:
  • A Kasperspy anunciou a descoberta de aplicativos falsos em nome de Bancos brasileiros no Google Play: tais aplicativos aparentemente direcionavam o acesso da vítima para páginas de phishing. Foi um ataque relativamente simples, mas é a primeira vez que eu vejo notícia sobre algum tipo de trojan direcionado para mobile desenvolvido por criminosos brasileiros. Trojans para mobile existem aos montes em todo o mundo, mas este tipo de ataque não era comum entre os nossos ciber criminosos;
  • Uma reportagem do Fantástico mostrou uma quadrilha brasileira que conseguia clonar cartões com Chip e utilizava terminais de ponto de venda (leitores de cartão) adulterados, que transmitiam os dados roubados via bluetooth. Fraudes em cartões com Chip são raros em todo o mundo, por isso a notícia chamou a atenção de quem trabalha na área. De acordo com a polícia, os bandidos movimentaram no mínimo R$ 4 milhões nos últimos oito meses. O grupo adulterava máquinas de pagamento que depois eram deixadas, principalmente, em restaurantes de luxo. Garçons eram convencidos a participar do golpe, substituindo a máquina normal pela adulterada. Há alguns meses atrás, bancos no exterior já tinham detectado fraudes em cartões com chip vindas do Brasil utilizando ataques de replay. Ao que tudo indica, o problema é que os bancos afetados não implementaram adequadamente todos os protocolos de segurança do padrão EMV;
  • A Trend Micro lançou um excelente relatório que detalha o funcionamento do ciber crime no Brasil, incluindo como são comercializado produtos e serviços criminosos. Este relatório mostra claramente como o mercado negro do ciber crime está bem evoluído por aqui. O aspecto que mais chamoou a atenção da mídia foram os treinamentos disponíveis para quem quiser aprender a cometer fraudes bancárias, que são oferecidos na Internet por valores que podem variar entre R$ 120 e R$ 1,5 mil. Mas, o aspecto mais interessante do relatóripo é que os criminosos também oferecem serviços e ferramentas para outros ciber criminosos, como páginas de phishing customizadas, que custam, em média, R$ 100. Outros produtos e serviços oferecidos pelo cibercrime no Brasil incluem credenciais de cartões de crédito válidos (a partir de R$ 90 dependendo do limite de crédito do cartão), lista de números de telefone (a partir de R$ 750 dependendo do tamanho da cidade); software que envia Spam via SMS (R$ 499), além de seguidores, visualizações e likes em mídias sociais (a partir de R$ 20).
Para saber mais, eu recomendo a leitura dos relatórios abaixo:

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