Neste episódio, que foi ao ar no domingo dia 05 de abril, ele tratou o assunto com bastante humor - afinal de contas, ele é um comediante. Inicialmente, ele explicou como o Patriotic Act, e principalmente a sua seção 215, são preocupantes ao dar um "cheque em branco" para que o governo americano colete qualquer tipo de informação que pode, eventualmente, estar relacionada a terrorismo - e, assim, interceptar a comunicação de todos os americanos (via telefone ou Internet). Ele também entrevistou o Edward Snowden (gravada na Russia, em uma sala em frente ao quartel-general da KGB - coincidência?) e diversas pessoas na rua, para mostrar a opinião da população sobre este tema.
Segundo John Oliver, após as revelações do Edward Snowden, o povo americano não pode mais ignorar a revalidação do Patriotic Act, e deve agir em defesa de seu direito a privacidade, exigindo a reformulação da sessão 215. John Oliver destacou que uma das dificuldades de tratar esse assunto é porque todos nós queremos ter, ao mesmo tempo, "perfect privacy" e "perfect safety", mas as duas coisas não podem coexistir. Segundo ele, o debate sobre o assunto tem sido patético e está jogado a segundo plano, similar a isso.
Mas, como fomentar essa discussão sobre privacidade se, segundo estudos recentes, quase a metade (46%) dos americanos não estão preocupados com a vigilância governamental ??? A entrevista nas ruas de Nova York mostrou como a população, em geral, é alienada aos problemas de privacidade e ao vigilantismo governamental (e aos escândalos sobre isso envolvendo a NSA). Muitos dos entrevistados não souberam dizer quem é Edward Snowden, e, tentando lembrar o que ele fez, algumas pessoas o confundiram com os feitos de Bradley Manning (vazar informações militares) e o Julian Assange (ser responsável pelo Wikileaks).
A maioria dos entrevistados nas ruas estavam ok com o governo vigiando e escutando todas as comunicações. Mas, ao perguntar para as mesmas pessoas se elas concordam que o governo possa armazenar e ver fotos íntimas de seus pênis, elas foram radicalmente contrárias. Por isso mesmo este programa foi tão interessante: o John Oliver conseguiu traduzir o problema da privacidade versus vigilantismo de uma forma que as pessoas pudessem se sentir incomodadas e, talvez, entendam o quanto a discussão é significativa para elas. Ao colocar a discussão de privacidade no contexto de fotos pessoais compartilhadas em nossos telefones, conseguimos chamar a atenção da população em geral.
O John Oliver também fez uma entrevista com o General Keith Alexander, ex-diretor da NSA e questionou sobre os programas governamentais de coleta de dados e da sua necessidade.
Espetacular. Isto é Jornalismo, não comédia.
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