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agosto 28, 2015

[Cyber Cultura] Os perigos das redes sociais e dos pais que não sabem educar seus filhos

Recentemente a Dra. Gisele Truzzi publicou um post em seu perfil no Facebook comentando sobre os aspectos negativos de um vídeo que começou a circular há pouco tempo aonde um ator se faz passar por um adolescente com o intuito de encontrar garotas de 12 a 15 anos para mostrar o potencial perigo das amizades virtuais.

Com o propósito de mostrar como é fácil para um pedófilo se aproximar de garotas inocentes através das redes sociais, ele criou um perfil falso como se gosse um garoto de 15 anos e entrou em contato com algumas garotas. Após conversas com elas pelo Facebook por alguns dias, o ator marcava um encontro, que era presenciado pelos pais - sem que as garotas soubessem.


Embora esta ação tenha como objetivo ajudar a conscientizar os adolescentes sobre os riscos de se encontrarem com pessoas que conhecem apenas pela Internet, a Dra. Gisele atentou para um lado muito triste de como o vídeo foi feito: a abordagem deles acaba colocando a culpa nas garotas - que, na verdade, são as vítimas disso tudo. Para piorar ainda mais a situação das garotas, os pais aparecem no vídeo gritando com elas, dando bronca, dizendo: "o que há de errado com você? Como você pode fazer isso?" A reação das garotas é chorar, enquanto ficam recebendo bronca - em vez de receber orientação ou apoio.

Por mais que seja importante comunicar aos jovens sobre os riscos existentes no mundo virtual, esta preocupação também é responsabilidade dos pais. São eles que devem educar, orientar e ajudar os jovens (garotas e garotos) sobre como utilizar com segurança a Internet e as redes sociais. E isso tem que ser feito com amor e carinho, e não na base do susto, do grito e do castigo.

A mensagem e as reflexões da Dra. Gisele são tão boas que eu prefiro transcrevê-las abaixo, do que tentar reescrever ou comentar ainda mais.
Está circulando por aí um vídeo em que um ator se faz passar por um adolescente, no intuito de encontrar garotas de 12 a 15 anos com as quais conversava há 3 ou 4 dias pelo Facebook, e então mostrar p/ elas e seus pais o quão perigoso esse desfecho poderia ser.

Ok, acho muito importante a mensagem do vídeo, que certamente, na base do susto, conseguiu chocar e talvez mostrar p/ essas garotas que elas estavam colocando-se em risco.

Mas faço a ressalva p/ um ponto que entendo que foi inadequado: a abordagem do vídeo, que ao meu ver, tenta colocar a culpa nas meninas.
Os pais aparecem gritando, dando bronca, dizendo: "o que VOCÊ pensa que está fazendo", e cenas nas quais a linguagem corporal me aparenta que as meninas é que são colocadas como as principais culpadas.

E eles, pais, não tem culpa pelo fato de suas filhas estarem ali?!
Por que esses pais acham que a culpa é única das filhas?...
Se eles tivessem conversado abertamente c/ suas filhas sobre isso, creio que elas não estariam ali...

Será que esses pais, ao chegarem em casa, conversam com seus filhos também sobre esse tipo de assunto? Tentam ao menos perceber se os filhos(as) estão passando por alguma fase de baixa auto-estima, depressão, bullying no colégio?...
Creio que não... Muito provavelmente, devem chegar em casa e todos permanecerem enfiados em suas telas de celulares, tablets e computadores, sem qualquer diálogo.

Então, se vc é pai ou mãe, pense nisso.
  • Vc está dando o exemplo que gostaria que seus filhos tivessem?
  • Vc sai da internet e conversa com sua família?
  • Vc desliga do mundo virtual e propicia momentos de interação real c/ sua família?
  • Vc fala c/ seus filhos sobre os riscos da exposição excessiva na internet, e sobre encontros c/ estranhos?
Caso sua resposta seja negativa p/ alguma dessas questões, então não vá exigir comportamento diferente de seus filhos, e culpá-los exclusivamente pelo ocorrido, se vc não propicia um ambiente de diálogo aberto em casa.
Nesses assuntos, sua omissão e seu comportamento tem grande parcela na culpa pelo incidente.

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