O tal "campo de distorção da realidade" é um grande aliado da liderança, capaz de causar uma forte empatia, além de inspirar os colegas de trabalho a seguir um sonho ou objetivo.
Há algumas formas de desenvolver essa habilidade:
- Pratique o contato visual olho-a-olho ("eye contact"): o "eye contact" é a melhor forma de estabelecer uma ligação forte quando você está conversando com alguém. Olhe diretamente nos olhos da outra pessoa, mas mantendo uma expressão facial neutra e um olhar suave, sem intimidar. Ao encerrar a conversa e se distanciar, olhe para trás para a pessoa, como se tivesse selando o acordo;
- Esteja presente na conversa - ou seja, preste atenção na outra pessoa e evite distrações;
- Tenha controle sobre o "espaço pessoal" do seu intelocutor, mantendo uma proximidade e transmitindo uma sensação de segurança e conforto. Isso aumenta os sentimentos de intimidade, confiança e afinidade. O "espaço pessoal" (tradução de "personal space") é a sensação incomoda que temos de ser "invadido" quando alguém chega muito perto durante uma conversa. O nosso senso de proximidade física com alguém não depende apenas da distância física entre os dois, mas também aumenta quando há contato visual direto entre as partes, encarando o outro diretamente (em oposição a ficar lado a lado olhando para a multidão), quando há toque (por exemplo, batendo nas costas, tocando no braço ou ombro), aumento sua voz ou quando a pessoa fala sobre você (em oposição a um assunto neutro). O segredo é modular esses cinco fatores diferentes, usando-os sutilmente e combinando de modo a fazer seus parceiros de conversa se sentirem seguros, confortáveis, próximos e íntimos com você. Por exemplo, quando você aumenta o contato olho-a-olho, tente inclinar-se para trás ou ir um pouco para trás para aumentar o seu conforto. Quando estiver fisicamente perto (por exemplo, em uma sala lotada), tente diminuir o volume da sua voz.
O vídeo abaixo dá um ótimo exemplo de como criar um "campo de distorção da realidade" através do contato nos olhos e do uso do espaço pessoal para criar uma atmosfera de persuasão. Este exemplo é de um trecho do segundo debate Bush-Clinton-Perot, em Outubro de 1992. Este debade usou, pela primeira vez, um formato de "town-hall", que já foi repedido em debates presidenciais aqui no Brasil também. Foi um formato proposto pela equipe do Bill Clinton - e o coitado do "Bush Pai" não sabia que tinha concordado de lutar contra um mestre em seu próprio território.
No vídeo podemos ver facilmente como o Bill Clinton usou a linguagem corporal e se dirigiu diretamente a pessoa que fez a pergunta, e fez isso de tal forma que essa pessoa, e até nós mesmos, nos sentíssemos que estivéssemos falando direto com ele. O Bush, ao contrário, agiu como qualquer um de nós faria: proferiu a sua fala no centro do palco, direcionado a todos - e a ninguém ao mesmo tempo. No final, vem a cereja do bolo: o vídeo capta uma imagem do rosto do George W Bush desorientado.
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