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julho 31, 2023

[Segurança] Os lucros milionários dos Ransomwares

Algumas notícias recentes jogam uma luz clara sobre os valores milionários (ou seria melhor dizer bilionários?) envolvidos nos esquemas de aluguel e resgate por Ransomware.

As gangues de ransomware operaram com lucro quase recorde nos primeiros seis meses do ano, extorquindo mais de US$ 449 milhões das vítimas, de acordo com a empresa de pesquisa blockchain Chainalysis. E olha que isso considera apenas as carteiras de criptomoedas monitoradas pela empresa. A estimativa da empresa é que até o final do ano essa cifra alcance 900 milhões de dólares!

Segundo a Chainanalysis, os principais grupos como Clop, AlphV/Black Cat e Black Basta receberam pagamentos em média acima de US$ 750.000. A Clop liderou o levantamento, com um valor médio de de US$ 1,73 milhão - afinal, o grupo tem tido muito sucesso ao explorar uma falha de dia zero no software MOVEit, o que permitiu que eles invadissem centenas de organizações.

Em um levantamento realizado pelo jornalista Paulo Brito, do portal InCyber, com base em relatórios públicos divulgados por agências governamentais e empresas de segurança digital, a lista de pagamentos para as quadrilhas que operam ransomwares é liderada pelo grupo Ryuk, e fica assim:

  1. Ryuk: US$ 150 milhões
  2. REvil: US$ 123 milhões
  3. LockBit: US$ 91 milhões
  4. Darkside: US$ 90 milhões
  5. Maze/Egregor: US$ 75 milhões
  6. Cuba: US$ 43,9 milhões
  7. Conti: US$ 25,5 milhões
  8. Netwalker: US$ 25 milhões
  9. Dharma: US$ 24 milhões

Um caso interessante foi trazido à tona pelos pesquisadores do Group-IB, que conseguiram se infiltrar no grupo de ransomware como serviço (RaaS) Qilin (também conhecido como “Agenda”) e acessar seu painel administrativo. Isso lhes deu uma visão interna de como a gangue funciona e como recompensa seus afiliados. Desde quando surgiram, em julho de 2022, eles vitimaram pelo menos 12 organizações em todo o mundo, incluindo vítimas no setor de saúde e de tecnologia. O painel de pagamentos (Payments) apresentava informações sobre o saldo das carteiras afiliadas, transações e taxas para o grupo ransomware. Além disso, eles conversaram com um dos usuários da plataforma para identificar o esquema de pagamento usado.

A reportagem do portal The Record sobre esse caso trouxe alguns dados interessantes sobre como é feita a divisão do pagamento do resgate em algumas gangs de ransomware:

  • Qilin: os afiliados recebem 80% dos pagamentos de resgate no valor de US$ 3 milhões ou menos. Acima de $ 3 milhões, os afiliados recebem 85% do pagamento.
  • GandCrab: os afiliados recebem cerca de 60% a 70% do resgate, depois de pagar entre US$ 500 e US$ 1.200 pelo acesso ao ransomware;
  • REvil: os afiliados recebem cerca de 60% a 70% (semelhante ao GandCrab), mas pode subir para 80%, dependendo do número de resgates trazidos pelo criminoso;
  • NetWalker: recebiam até 80% do resgate e tinham que pagar entre US$ 1.200 e US$ 1.800 pelo ransomware;
  • BlackCat: oferece de 80% a 90% do valor dos resgates para os afiliados.

A Sophos traz alguns dados sobre o impacto dos ransomwares no mercado brasileiro em 2022:

  • 68% das organizações pesquisadas foram atingidas por ransomware, um aumento de 24% em relação ao ano anterior; (hum... eu achei esse numero bem exagerado, não é?)
  • Em 73% dos ataques, houve sucesso no sequestro de dados pelos criminosos;
  • 32% dos golpes de ransomware também resultaram no roubo de dados;
  • 55% das organizações atingidas afirmaram terem pago o resgate, transformando o Brasil em líder global no pagamento a criminosos, pois a média global é de 47%.

Para saber mais:

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