O grupo, preso em outubro pela Polícia Civil de São Paulo e pelo Ministério Público, foi acusado de arrecadar cerca de 400 milhões de reais em 18 meses, através de transações fraudulentas pela Internet. Estima-se que pelo menos 23 mil contas correntes foram lesadas em 23 estados.
Apesar do valor total arrecadado pelo grupo criminoso ser absurdamente alto, eles cometiam golpes simples pela Internet, que nada mais são do que o "arroz com feijão' do ciber crime.
Segundo a reportagem, o esquema criminoso funcionava da seguinte forma:
- O grupo desenvolveu um sistema de roubo de logins e senhas, que deu origem a um banco de dados utilizado pela quadrilha. O sistema foi criado por um autodidata, Leandro Xavier Magalhães Fernandes, morador de Goiânia, que estudou só até completar o ensino médio;
- Eles aperfeiçoaram o sistema usado para fazer as fraudes, que passou a ser rodado 24 horas por dia, sete dias por semana, capturando logins e senhas de quem entra em sites de bancos;
- Para executar a fraude e extraviar dinheiro das contas correntes invadidas (as vítimas), a quadrilha oferecia, via WhatsApp e Facebook, o pagamento de qualquer tipo de boleto com “50% de desconto”. Assim, quem tivesse uma conta para pagar dava metade do valor da dívida para a quadrilha, e o boleto era pago pelos criminosos a partir das contas das vítimas. O grupo aceitava boletos de contas de ISS, IPVA, celular ou de TV a cabo;
- Se o cliente do banco tinha pouco ou nenhum dinheiro na conta, a quadrilha tomava um empréstimo pré-aprovado e, assim que o valor caía na conta, era imediatamente usado para pagamento de boletos ou transferido para contas em nome de laranjas;
- O dinheiro arrecadado pelo grupo era dividido em cinco empresas diferentes, criadas com a única finalidade de cobrir os atos ilícitos. O grupo possuía um escritório de fachada localizado em um prédio empresarial de alto padrão no bairro do Itaim Bibi, em São Paulo. As empresas eram usadas para dar lastro aos títulos de investidor do mercado financeiro, e para lavagem de dinheiro por meio de bitcoins.
O uso de pagamento de boletos para desviar dinheiro é um golpe muito comum no Brasil, e é muito fácil achar anúncios desse tipo de "serviço" nas redes sociais. No vídeo abaixo, por exemplo, um fraudador oferece esse serviço através do Youtube.
Veja o texto do anúncio:
"Pagamento de boleto online com desconto de 50% do valor
*Você está endividado ? não aguenta mais cobradores na sua porta te enchendo o saco? CHEGOU A HORA DE MUDAR !!1
PAGO BOLETOS COM PELA METADE DO PREÇO ,COM 50 % DE DESCONTO
FUNCIONA Assim: você envia a foto ou o documento do boleto ,vou te passar um prazo para que o boleto seja pago e envio o comprovante de pagamento, o comprovante é fornecido pelo próprio site do BANCO,após o envio do comprovante você tem 30 minutos para efetuar o pagamento dos 50 % do valor do boleto via depósito ou transferência BANCARIA.
Caso o pagamento não seja feito estornamos o pagamento e seu débito volta a existir,temos várias referencias ,você só fara o pagamento após comprovante ,pago boletos a partir de 600 reais pois cobro caro por meus conhecimentos ,pagamos"
Ou seja, a pessoa endividada passa os dados do boleto para o criminoso, paga para ele 50% do valor da dívida, e o ciber criminoso invade a conta de uma vítima e usa essa conta para pagar o valor integral do boleto. O criminoso ganha o dinheiro e a vítima fica no prejuízo.
A própria Polícia Federal instruiu o MP que as vítimas recebiam o dinheiro do banco, ou seja, "o ciber criminoso invade a conta de uma vítima e usa essa conta para pagar o valor integral do boleto. O criminoso ganha o dinheiro e a vítima fica no prejuízo.", isso é mentira, a vítima não fica no prejuízo. Abraços
ResponderExcluirÉ menos criminoso assaltar um banco, do que "abrir um banco" .
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