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dezembro 30, 2020

[Segurança] Retrospectiva: Como garantir a segurança das eleições?

As recentes eleições presidenciais nos EUA e municipais no Brasi trouxeram de volta a eterna discussão sobre a segurança nas urnas eletrônicas, principalmente por dois motivos:
  • Nos EUA, o presidente americano Donald Trump tentou, sem sucesso e sem provas, alegar fraude no processo eleitoral para tentar invalidar a sua derrota nas urnas;
  • No Brasil, além do presidente Jair Bolsonaro criticar (também sem provas e evidências) a segurança da votação eletrônica, o fato do TSE ter sofrido ciber ataques e instabilidade do sistema durante a votação trouxe de volta o debate sobre a segurança do nosso processo eleitoral eletrônico.

Para todos nós, cidadãos, é importante sempre discutir com seriedade e transparência a confiabilidade e a segurança do processo eleitoral, para garantir que os resultados das eleições reflitam o desejo da população e, assim, preservar o regime democrático. Afinal, todos queremos que o resultado das urnas reflitam a verdade.

As alegações de fraude pelo presidente americano trouxeram a luz muitas discussões sérias sobre o assunto. E o interessante foi ver especialistas garantindo que o sistema eleitoral americano de votação eletrônica, por mais heterogêneo que seja, é extremamente seguro.

Embora muitos brasileiros aproveitassem a demora no processo de apuração da eleição americana para tentar valorizar as urnas eletrônicas brasileiras, na minha opinião pessoal existe um motivo principal que explica o porque dos EUA não adotarem um sistema de votação eletrônico como o Brasileiro, que o TSE jura que é seguro e confiável. Diferente de nós, Brasileiros, os americanos auditam e testam seus sistemas de votação de forma aberta e transparente, de forma a garantir que seja utilizado um sistema eletrônico realmente seguro. Aqui no Brasil, ao contrário, aceita-se calado que o sistema imposto pelo TSE é seguro.

O ex-diretor da agência que garantiu a segurança das eleições, Chris Krebs, deu uma entrevista para o jornal 60 Minutes em que defendeu que as eleições de 2020 foram as eleições mais seguras na história americana. A propósito, ele foi demitido pelo presidente Trump por defender isso. O vídeo, de 13 minutos, vale a pena ser visto.


Aos 3:15 minutos, Chris Krebs explica o porque do sistema americano ser considerado tão seguro:
"Paper ballots. Paper ballots give you the ability to audit it, to go back and check the tape, and to make sure that you got the count right. (...) 95% of ballot casts in 2020 election had a paper record associate with them. (...) That gives you the ability to prove that there is no malicious algorithm or hacked software that adjust the totality of the vote."
Traduzindo para o português:
"Votos em papel. Votos em papel te dão a habilidade de auditar, de voltar e revisar os registros, e ter certeza de que você fez a contagem corretamente. (...) 95% das urnas na eleição de 2020 tiveram um registro em papel associado a elas. (...) Isso te dá a capacidade de provar que não havia nenhum algoritmo malicioso ou manipulação (hack) no software que alteraram a totalização dos votos."
O Chris Krebs citou o exemplo do processo eleitoral no estado da Georgia: as urnas eletrônicas mantém um registro impresso dos votos, e assim foi possível verificar que o resultado do processo eletrônico de totalização estava idêntico ao fazer a validação dos votos impressos, provando que não houve manipulação dos resultados.

Para saber mais:

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