Após o seu surgimento como uma dissidência do Anonymous há poucos meses atrás, o grupo hacker LulzSec deu muita dor de cabeça para várias empresas (principalmente a SONY) e, poucos dias após lançar a polêmica operação Anti-Sec contra governos e empresas em todo o mundo, de repente o grupo anunciou o seu fim, e seus membros foram para o Anonymous. No final das contas, o LulzSec e sua onda de ataques não durou mais do que 50 dias.
Mas o que levaria um grupo hacker terminar quando está na crista da onda? E será que isso significará mesmo o fim de seus ataques?
Em seu pouco tempo de existência, o LulzSec atraiu diversos seguidores e subgrupos em vários paises, como o Brasil, México, Colômbia, Costa Rica (!!!), França, China e por aí vai. E o grupo que surgiu aqui no Brasil, LulzSecBrazil, tem sido especialmente ativo, mesmo depois do grupo LulzSec anunciar o fim de suas atividades.
Desde a semana passada, o LulzSecBrasil atacou cerca de 200 sites governamentais e causou polêmica anunciando que iria divulgar dados secretos de políticos brasileiros, mas que na verdade eram informações disponibilizadas publicamente. Os diversos ataques do grupo saíram constantemente na mídia brasileira, em todos os jornais por aqui, inclusive ganharam uma reportagem no Fantástico e uma reportagem que foi a capa da revista ÉPOCA (a chamada na capa é um pouco sensacionalista, mas a reportagem em si é relativamente boa, com poucas imprecisões).
Mas, junto com os holofotes, o LulzSec também atraiu muita atenção negativa da mídia e, principalmente, das forças policiais em vários países em que atuaram. Eles também foram atacados por grupos rivais. Nem mesmo o Anonymous tem causado tanta polêmica recentemente, e por isso talvez eles não tivessem preparados para tamanha reação em todo o mundo. Além do mais, o LulzSec cometeu um pecado mortal: atacou empresas de jogos online várias vezes, o que causou o descontentamento de uma grande parte de internautas, que seriam os tradicionais apoiadores do grupo. Em especial no Brasil, surgiram críticas sobre a inexperiência dos seus participantes e histórias de que alguns líderes eram cyber criminosos.
Mesmo com o encerrameto do LulzSec internacional e alguns problemas internos, o braço brasileiro está a todo o vapor. Além disso, o surgimento do LulzSecBrazil fez aparecer também, por aqui, um grupo representando o Anonymous. Ambos surgiram aqui na mesma época (leia-se, há cerca de uma semana atrás) e bem depois do surgimento de grupos similares em outros países. Embora o "hacktivismo a la Anonymous" tenha demorado para chegar aqui no Brasil, ele veio para ficar. O Anonymous brasileiro, assim como acontece lá fora, já lançou alguns vídeos no YouTube para se promover. Eu não tenho dúvidas de que ainda vamos ver esse pessoal promovendo diversos tipos de manifetações aqui no Brasil, seguindo os moldes internacionais.
Na verdade, isso já está comecando a acontecer: o grupo LulzSecBrazil está promovendo uma passeata no dia 02 de Julho em diversas cidades brasileiras para protestar contra corrupção, e o Anonymous brasileiro, junto com o LulzSecBrazil, vão começar a se mobilizar contra o ressurgimento da votação do projeto de lei contra crimes cibernéticos. A propósito, este projeto de lei estava na berlinda, encostado em algum canto do congresso brasileiro, mas voltou para a pauta, e com força, devido a recente onda de ataques do LulzSecBrazil a sites governamentais.
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