Essa sensação de "superioridade ilusória" faz com que tais pessoas tomem decisões erradas e cheguem a resultados indevidos, porém esta incompetência os impossibilita de reconhecer os próprios erros. Ou seja, tais pessoas acreditam que estão certas sobre seus pontos de vista, mesmo estando erradas.
Em seu estudo, publicado no Journal of Personality and Social Psychology em dezembro de 1999, Justin Kruger, David Dunning e Soullesz propuseram as seguintes hipóteses:
- Indivíduos incompetentes tendem a superestimar seu próprio nível de habilidade;
- Indivíduos incompetentes não reconhecem habilidade genuína em outros;
- Indivíduos incompetentes não reconhecem o grau extremo de sua inadequação;
- Se treinados substancialmente para melhorar seu nível de habilidade, estes indivíduos serão capazes de reconhecer e admitir sua prévia falta de habilidade.
Em poucas palavras, o efeito Dunning-Kruger mostra que a "ignorância, com mais frequência do que o conhecimento, gera confiança".
Há também o efeito contrário, de "inferioridade ilusória" - chamado também de "Síndrome do Impostor". Isto aparece quando pessoas competentes tem crise de autoconfiança e tornam-se incapazes de reconhecer e acreditar nas suas próprias competências. Consequentemente, acham que não são tão capacitados e subestimam suas próprias habilidades. Até mesmo as provas de sucesso são desmerecidas e são tratadas como resultado de simples sorte, e acreditam que seu sucesso ou competência são nada menos do que fraude.
Isso pode ser facilmente visto ao nosso redor, em diversos profissionais competentes que conhecemos, mas que não tem segurança para se expor escrevendo um artigo ou apresentando uma palestra na área que dominam.
Por um lado, eu acredito que esse comportamento de insegurança se justifica parcialmente pelo fato de que, quanto mais dominamos um determinado assunto, mais conhecemos a nossa limitação frente a complexidade de tal tema. Ou seja, o conhecimento traz, como consequência, a visão do quanto somos limitados e quanto ainda temos que aprender.