Na semana passada, o Nelson Novaes Neto, CSO do UOL e mestre recém-graduado em Psicologia Experimental pela PUC/SP, apresentou uma palestra muito interessante no CNASI-SP sobre o uso e os riscos das redes sociais nas empresas.
A palestra "Uma Visão Corporativa Sobre os Problemas de Privacidade em Redes Sociais" abordou como, sem o devido cuidado, as redes sociais podem ser prejudiciais para a carreira das pessoas (que podem se expor acidentalmente - como, por exemplo, publicando comentários de gosto questinável ou, por exemplo, mostrando intenções de mudança na carreira) ou para as empresas envolvidas, já que funcionários descuidados podem revelar decisões estratégicas (por exemplo, quando executivos de uma compania se conectam online, na iminência de uma fusão, ou quando um vendedor da empresa concorrente indiretamente mostra seus potenciais clientes quando se conecta com um executivo via redes sociais ou faz o "check-in" no FourSquare).
O Nelson lembrou que muitas das informações que deixamos online (seja nas redes sociais ou em sites de compras - por exemplo, quando divulgamos nossa 'wishlist") podem ser usadas por alguém tentando traçar o nosso perfil - seja um recrutador, um psicólogo ou um policial). Além do mais, mesmo as pessoas mais cuidadosas podem se expor acidentalmente, em algum momento que estejam distraídas ou sentimentalmente vulneráveis.
O Nelson também disse que fez alguns testes online usando perfis falsos para avaliar a facilidade com que pessoas se conectavam nestes perfis e clicavam em links compartilhados por eles. Segundo suas pesquisas, ele conseguiu convencer, inclusive, vários profissionais de segurança (que deveriam ser mais cuidadosos e paranóicos com relação aos riscos das redes sociais).
Por coincidência, o Max Gehringer fez dois comentários há poucos dias na rádio CBN sobre alguns casos que ilustram alguns casos mostrados pelo Nelson Novaes em sua palestra
Uma das perguntas, que deu origem ao título do comentário naquele dia ("Não estar nas redes sociais pode atrapalhar minha carreira?") era de uma ouvinte que, por timidez, não fazia parte de nenhuma rede sociel e, dessa forma, também não interagia com seus colegas de trabalho. A outra pergunta, no extremo oposto, foi de um ouvinte que teve fotos em uma situação constrangedora divulgadas através de uma rede social. A mensagem do Max Gehringer não poderia ser outra: hoje em dia, quem não participa de uma rede social passa uma imagem negativa (de que está se escondendo. é alienada ou que é anti-social: não gosta de se relacionar com outras pessoas), mas todos devemos ter muito cuidado para não nos expormos no mundo online mais do que desejaríamos.
Outro caso, um ouvinte colocou seu currículo na Internet e foi descoberto pelo chefe. Embora o ouvinte jure que fez isso por pura curiosidade, o fato ilustra que as empresas utilizam sites de curriculos ativamente : seja procurando candidatos ou, eventualmente, buscando novos currículos por palavras chave que incluem o próprio nome da empresa, para identificar casos como o do ouvinte. Além do mais, tal "acidente" poderia acontecer se, coincidentemente, a empresa assina o mesmo site do que o empregado e está procurando candidatos para uma vaga semelhante (ex: a empresa está contratando vendedores e, portanto, é avisada toda vez que alguém se cadastra no site com um CV de vendedor).
De qualquer forma, os departamentos de RH das empresas já estão utilizando ativamente as redes sociais nos processos de contratação, e nossos colegas de trabalho também usam as redes para bisbilhotar a vida de todo mundo (assim como nós também fazemos!). Por isso, devemos tomar todo o cuidado possível para não nos expormos indevidamente - nem expormos a nossa empresa.
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