janeiro 26, 2009

[Cyber Cultura] Campus Party foi um sucesso


Durante uma semana, cerca de 6.500 pessoas (ou "nerds", como a imprensa gostou tanto de rotular) lotaram a Campus Party em centenas de atividades que se extendiam até altas horas da madrugada. O evento foi muito além de um grupo de pessoas praticando jogos online e navegando na Internet. Durante o dia as pessoas tinham a disposição uma dezena de palestras e painéis, tanto as oficiais, que foram divulgadas pela organização, mas os próprios campuseiros organizavam palestras e mini-cursos espontaneamente, entre si. Bastava encontrar um lugar vazio, juntar uma galera e pronto, mais um curso aparecia em um canto do evento. Ou de madrugada, quando os espaços das palestras oficiais estava livre. O Twitter era a ferramenta mais utilizada pelos presentes para se comunicar.

Todos os tipos de profissionais e usuários Internet estavam presentes: programadores, desenvolvedores de games, estudantes, gammers, bloggers, especialistas em robótica, música, design e simulação. Haviam tantas atividades simultâneas que era quase impossível acompannhá-las - e mais difícil seria tentar listar tudo o que aconteceu. Mas algumas atividades merecem destaque (sem querer desmerecer nenhuma das demais):
  • O projeto de lei contra crimes cibernéticos, que é conhecido como o PLS do Senador Azeredo, mereceu duas atividades durante o evento. Primeiro, foi realizado um painel com especialistas, incluindo o assessor do Senador. Centenas de campuseiros rodearam o local protestando contra o projeto, exibindo faixas e alguns utilizavam nariz de palhaço. No dia seguinte, foi formada uma roda de discussão no espaço Bar Camp onde os presentes conversaram sobre o projeto e que ações deveriam tomar para protestar e influenciar o projeto.
  • Um "orelhão VoIP" foi disponibilizado para que os participantes pudessem realizar ligações gratuitamente. Esta foi uma forma criativa de protestar contra as tarifas telefônicas.
  • Alguns indígenas se destacavam na multidão. Eles também acessam a Internet e a utilizam como meio de se comunicarem e divulgarem sua cultura, como foi muito bem abordado no blog da Raquel Camargo.
  • Um robô open source e colaborativo foi construído durante o evento, chamado CP01. Este é um projeto inédito em todo o mundo, uma vez que os robôs existentes são todos proprietários e não existe um padrão de construção ou interoperabilidade entre eles. Todo o projeto deste robô está disponível (incluindo os diagramas e softwares) e, consequentemente, qualquer pessoa pode colaborar com o projeto. Cada módulo (cabeça, troncos e membros) deste "robô livre" é independente dos demais e eles se comunicam por TCP/IP através de conexões wifi e utilizando o sistema operacional Linux. Na Campus Party foi construída a cabeça e o tronco, mas o robô deverá ter o tamanho aproximado de um ser humano.

O evento foi "inesquecível". Divertido, didático, cheio de energia.

Um comentário:

Anônimo disse...

Não fui, mas não parece ter tido tanto sucesso assim! Li isto ontem:

Blogueiros da Campus Party elogiam "networking", mas criticam estrutura (Folha Online 26/01)
http://www1.folha.uol.com.br/folha/informatica/ult124u494673.shtml

Três linhas de elogios e 15 de críticas para cada um dos entrevistados ;-)

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