O estudo, chamado "Norton Cybercrime Report 2011 ", incluiu 24 países e trouxe várias estimativas interessantes:
- 69 por cento dos adultos online já foram vítimas de crime cibernético;
- A cada segundo, 14 pessoas são vítimas em todo o mundo a alguma forma de crime online (normalmente invasão de redes sociais ou fraude de cartão de crédito), o que representa mais de um milhão de vítimas por dia;
- 431 milhões de pessoas foram vítimas de crimes online nos 24 países pesquisados nos últimos 12 meses;
- O tipo de cibercrime mais comum em todo o mundo são os vírus de computador e malwares, com 54% dos entrevistados dizendo que já foram vítimas em algum momento, seguido por fraudes on-line (11% dos entrevistados) e mensagens de phishing (10%);
- Nos últimos 12 meses, três vezes mais adultos entrevistados foram vítimas de crime online do que crime no mundo real;
- 89 por cento dos entrevistados concordam que é necessário mais empenho das autoridades para punir os ciber criminosos.
Na minha opinião, o relatório faz uma grande confusão na tentativa de forçar uma comparação sensacionalista do crime cibernético com o tráfico de drogas. Eu acredito que o correto seria, por exemplo, comparar o dinheiro movimentado por cada um dos dois tipos de crime. Ou seja, o relatório usou as estatísticas da ONU sobre o mercado mundial de Maconha, Cocaína e Heroína, que movimentam cerca de US$ 288 bilhões, e deveria ter comparado este valor com o quanto o crime cibernético também movimenta em termos de dinheiro roubado (ou seja, esta seria a estimativa de "apenas" U$S 114 bilhões). Não é certo incluir o custo das pessoas se recuperarem de um crime cibernético (uma estimativa calculada em termos do tempo perdido por uma vítima de ciber crime). Ou seja, uma comparação mais justa seria dizer que o tráfico mundial de drogas movimenta 288 bilhões de dólares enquanto o crime cibernético movimenta apenas US$ 114 bilhões. Mas isso não ganharia destaque na imprensa, né?
Para piorar a análise crítica da comparação do crime cibernético com o tráfico mundial de drogas, o relatório da Symantec somou as estimativas da ONU para o mercado de Cocaína e Heroína em 2011 com a estimativa do mercado de Maconha em 2005. Ou seja, uma estimativa de 6 anos atrás, que certamente está muito defasada. Ou seja, em português chulo, o relatório pegou estatísticas de banana com maçã (isto é, tráfico de drogas em períodos distintos) e comparou com estatísticas de pera com melancia (dados dos roubos online somados a estimativa de tempo de recuperação de uma fraude).
No final das contas, os valores apresentados pelo relatório "Norton Cybercrime Report 2011 " são interessantes, mas a confiabilidade dos números apresentados é questionável.
De qualquer forma, acredito que o cenário apresentado reflete a realidade mundial: existem milhões de vítimas de crime cibernético e o cibercrime tende a crescer pela facilidade de praticá-lo, devido a quantidade enorme de vítimas em potencial, pela facilidade de cruzar as fronteiras e pela dificuldade dos paises em combaterem o crime cibernético.
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