A onda de ataques começou recentemente e inclui cyber ataques de ambos os lados, incluindo defacements, roubos de dados e ataques a alguns sites importantes:
- Em 4/1 o hacker “0xOmar”, supostamente da Arábia Saudita, publicou um lista com 400 mil dados de cartões de crédito roubados de bancos israelenses. Segundo o Banco de Israel, somente 15.000 dados eram válidos
- No dia seguinte, 5/1, Hackers publicam uma nova lista com 11.000 cartões de créditos de israelenses
- Em 9/1 hackers invadiram o site do Ministro do Exterior de Israel
- No mesmo dia, 9/1, hackers israelenses invadiram diversos sites de e-commerce da Arábia Saudita e roubaram dados de cartão de crédito de milhares de clientes
- No dia 10/1 membros do Anonymous divulgaram uma lista com a URL e senha de acesso de 10 sistemas de controle industrial (SCADA) israelenses
- Em 13/1, hackers do grupo Gaza Hacker Team picharam o site do corpo de bombeiros de Israel, além de diversos outros sites.
- No dia 16/1 os sites da Bolsa de Valores de Tel Aviv e da companhia aérea israelense El Al ficaram fora do ar devido a novos ataques cibernéticos.
As autoridades israelenses já avisaram que consideram os cyber ataques como atos de terrorismo e prometem retaliar. O mais interessante, entretanto, é que as autoridades pediram para que a população não se envolva nos ataques cibernéticos, agindo como "vigilantes", e que confiem na capacidade de defesa e de resposta do governo Israelense.
Embora alguns líderes árabes tenham chamado a população para colaborar nos ataques contra sites israelenses, o mesmo não acontece do lado de Israel. Este é um caso interessante, que mistura todos os conceitos que podemos tentar definir como cyber terrorismo, cyber ativismo e guerra cibernética. Afinal, estamos presenciando uma situação em que um dos lados (os árabes) está claramente adotando a Internet como palco de sua estratégia previamente existente de protesto e de terrorismo. Mas eu fico muito reticente em chamar isso de "guerra cibernética" (embora a imprensa adore usar esse termo para tornar qualquer notícia mais chamativa), pois os ataques não são realizados por forças mantidas pelos governos, e sim pelos cidadãos comuns, e também porque Israel deixou claro que os ataques realizados por israelenses não tiveram o apoio do governo.
Por isso eu prefiro rotular essa situação de "cyber guerrilha" ou uma simples vingança em série entre os dois lados, já que os ataques são realizados por pessoas comuns, sem necessariamente nenhuma ligação com o governo ou as forças armadas de nenhum dos lados. Digo isso pois esta situação merece um rótulo que represente algum termo relacionado ao termo "vigilante" que as autoridades israelenses utilizaram, no sentido de designar as pessoas que fazem a justiça com as próprias mãos. (mas no Brasil o termo "vigilante" não me parece que cairia bem, pois para nós ele lembra "vigilantismo" e, portanto, censura)
Conflitos entre os árabes e israelenses no Oriente Médio não são novos. Existem desde o surgimento do Estado de Israel na década de 40, ou antes até. Até mesmo a Internet já foi utilizada várias vezes no passado como forma de protesto e de propaganda por ambos os lados. Mas a recente ondas de ataques está muito mais agressiva. O próprio grupo Anonymous já lançou recentemente a operação #OpFreePalestine, para apoiar a população da Palestina contra a ocupação israelense e a opressão que eles sofrem diariamente.
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