Embora o site Hackerspaces.org tenha uma página com alguns links sobre a teoria por trás dos hackerspaces, sua definição sobre Hackerspace é bem ampla, o que só ajuda a causar confusão. Não é a tôa que facilmente podemos encontrar makerspaces, fablabs, espaços de co-working e até mesmo empresas na lista de hackerspaces que eles mantém no site.
Há algum tempo atrás (em maio/2013), a revista Make publicou um artigo aonde o autor dava a sua visão sobre quais seriam as diferenças entre Hackerspaces, Makerspaces e FabLabs. Eu gostei do texto e tenho uma opinião parecida, por isso vou reproduzir abaixo com meus comentários:
- Hackerspaces: um espaço físico para promover o encontro de pessoas interessadas em qualquer tipo de "hacking", relacionado ou não a programação, segurança, eletrônica, etc. Apesar de alguns espaços terem várias atividades e infra-estrutura relacionadas a fabricação de coisas, tais ferramentas e espaços dedicados são muitas vezes vistos como secundários à missão do hackerspace. Além do mais, a maioria (ou quase totalidade) dos hackerspaces seguem um modelo de gestão coletivo, com tudo (equipamentos, materiais e gastos) sendo compartilhado igualmente entre os frequentadores;
- Makerspaces: locais publicamente acessíveis com uma infra-estrutura específica para projetar e produzir coisas. A melhor definição é que os makerspaces são "oficinas comunitárias", aonde grande parte da sua infra-estrutura é dedicada as atividades de criação e de produção, como rede de energia elétrica de alta tensão e ventilação, ferramentas apropriadas e dedicadas a cada tipo de atividade ou projetos artesanal. Frequentemente do tais espaços são estruturados como linhas de negócios tradicionais (em vez de coletivos democráticos), devido à despesa significativa envolvida na manutenção dos equipamentos e da infra, além da necessidade de treinamento de novos membros para usar as ferramentas de forma responsável;
- FabLabs: segundo o autor, os FabLabs nada mais são do que um nome comercial para os Makerspaces - uma rede de espaços iniciado em 2005 no MIT.
Eu concordo quando o autor diz, no começo de seu texto, que "muitas pessoas não fazem nenhuma distinção entre o termo 'hackerspace' e 'makerspace'. Verdade seja dita, essas pessoas geralmente associam-se com hackerspaces."
Eu já vi alguns espaços que se auto-intitularam "Makerspaces" simplesmente pelo medo de adotar a palavra "hacker" no nome do espaço e, assim, herdar a conotação negativa que a sociedade e a imprensa impõem sobre o termo "hacker". Nós tivemos essa discussão quando criamos o Garoa, e acredito que todos os hackerspaces também tiveram, mas no final a nossa conclusão foi de que, se nós não nos esforçarmos para divulgar o lado positivo da cultura hacker, ninguém mais fará isso por nós. E, desde então, nós temos orgulho de ser um HACKERspace e de nos considerarmos "hackers".
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