A Internet das Coisas está começando a ser adotada em várias frentes distintas pelo setor financeiro, por bancos e principalmente pelas Fintechs, novas startups de tecnologia e serviços financeiros. Esse "boom" ocorre pois os dispositivos IoT aumentam a eficiência e abrangência do processo de coleta, tratamento e monitoramento de dados financeiros e comportamentais dos clientes, e traz novas possibilidades de interação.
O exemplo mais simples nesse mercado é o uso de smartwatches para visualizar seus dadods bancários. De fato, é fácil encontrar aplicativos bancários para celulares que possuem alguma interface embutida para os relógios digitais. Fazendo uma pequena pesquisa no mercado, eu consegui identificar esta tendência surgindo em várias áreas mais diversas, tais como:
- Serviços bancários
- Interação bancária através de dispositivos vestíveis ("weareables"): o exemplo mais óbvio e que já faz parte do nosso dia-a-dia é o acesso aos dados da conta bancária via SmartWatches;
- Meios de pagamento através de dispositivos vestíveis e NFC
- Interação com caixas eletrônicos (ATM)
- Educação e orientação financeira através de aplicativos e gamificação
- Novos meios de visualização e interação com seus dados bancários, como o "Citi HoloLens"
- Novos meios de pagamento
- Transações financeiras e pagamentos a partir ou para dispositivos: uma área com várias possibilidades de dispositivos efetuarem compras e pagamentos. Podemos ter media centers comprando conteúdo automaticamente, refrigeradores (smart fridges) fazendo compras domésticas, carros autônomos ("self-driving car") fazendo pagamentos em trânsito, uma caneca de café integrada com meio de pagamento, como a australiana SmartCup, etc
- Uso de dispositivos IoT como meio de pagamento seguro, principalmente através da coleta de dados comportamentais e biométricos para autneticar os clientes;
- Seguros
- Gestão de seguros através da monitoração de carros, identificando hábitos dos motoristas e adequando a tarifa ao perfil deles, localização de carros em caso de sinistro, sensores para evitar colisões, etc
- Monitoramento de casas cobertas por seguro residencial, incluindo monitoração de segurança, contra incêndio, etc
- Segurança
- Autenticação de clientes
- "Self-paying car": assim como teremos o "self-driving car", o automóvel pode eventualmente fazer pagamentos, como pedágios, além do próprio carro se abastecer em um posto de gasolina e ele mesmo pagar pelo seu abastecimento. A Daimler, por exemplo, no início do ano adquiriu a empresa PayCash com o objetivo de lançar o serviço de pagamento "Mercedes Pay”. Inicialmente, este serviço será integrado com alguns serviços móveis, como o servico de compartilhamento de automóveis car2go e o aplicativo de taxi mytaxi;
- O aplicativo para celular QAPITAL, que ajuda os clientes a economizar dinheiro no dia-a-dia para atingir sonhos através de monitoração de sua economia diária e objetivos financeiros;
- A pulseira Pavlok, utilizada para reeducação, que dá um pequeno choque no usuário quando o usuário faz gastos excessivos;
- Pulseira Ourocard: Lançada em Junho de 2017, é um dispositivo vestível à prova d’água do BB que funciona como um meio de pagamento, sendo um espelho do cartão de crédito ou débito principal (Visa Platinum ou Visa Infinite). O acessório permite ao cliente fazer pagamentos por aproximação, utilizando a tecnologia Near Field Communication (NFC). As operações são realizadas por meio de um chip localizado na parte interna da pulseira e quem opera toda a transação é o lojista. O Bradesco lançou uma pulseira similar para uso durante os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.
Isso significa melhores serviços bancários on-line e móveis, melhor coleta de dados e contextualização, melhores sistemas de pagamento e melhor segurança financeira on-line, todas as áreas visadas pela melhor das atualizações de Fintech de hoje,
Por outro lado, com a adoção de dispositivos IoT no mercado financeiro, a superfície de ataque cresce vertiginosamente. E, como lembrou o meu colega Paulo Pagliusi, “A indústria financeira terá que encarar problemas como credenciais com senha padrão, falta de atualização em firmware, falta de suporte de fornecedores, portas abertas desnecessárias, protocolo transmitindo senhas em texto claro, aberturas ao DDoS”. Isso acontecerá porque os fabricantes de dispositivos IoT são empresas acostumadas a atuar no mercado de hardware, que têm pouca ou nenhuma experiência em software e muito menos em segurança no ambiente Internet.
Tudo isso eu resumi na apresentação abaixo, que utilizei recentemente em um painel sobre "" durante o Ciab, evento organizado pela Febraban.
Para saber mais:
- A Simple Explanation Of ‘The Internet Of Things’
- The Internet of Things if Far Bigger than Anyone Realizes (Wired, 2014)
- Is your bank ready for the Internet of Things?
- The “Fin”-ternet of Things: How IoT affects Financial Services
- When FinTech meets the Internet of Things
- Hot Hashtag: Fintech and the #IoT
- Why the Internet of Things Should Be a Bank Thing
- 6 Hottest Trends in Banking
- Smart Fridges As The Voice IoT Proving Ground
- Swipe Your Mug, Refill, Repeat
- Four technologies reshaping fintech customer experience – a look at IoT, AI, RPA and more
- FinTech firm uses IoT to control consumer spending habits
- Internet-of-Things Poised to Disrupt Banking and Insurance
- Amazon’s New Dash Button Hardware Offers Instant Orders For Staple Products
- Estudo da Tata Consulting: "Banking and Financial Services: Pleasing Customers, Fighting Fraud - IoT Spend"
- Estudo “Internet das Coisas: um plano de ação para o Brasil”
- This tattoo that controls a smartphone may be a glimpse of the future
- Brechas de segurança em IoT preocupam instituições financeiras
- É possível superar os desafios da IoT no setor financeiro?
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