julho 19, 2022

[Segurança] E assim foi o Roadsec 2022

No sábado 09 de Julho aconteceu o Roadsec 2022, a primeira versão presencial do evento após o período da pandemia do COVID-19. O Roadsec não decepcionou, e voltou com a força toda, em um novo espaço, aonde reuniu mais de 4 mil pessoas!


 

Passada a ressaca, quero fazer jus à minha fama de "sommelier de eventos de segurança" e compartilhar minhas opiniões sobre esse que é o maior evento brasileiro de segurança (em termos de tamanho) e, inegavelmente, um dos mais importantes.

Antes de mais nada, temos que destacar o que representa participar do Roadsec após 2 anos de pandemia. Todos estávamos com saudades dos eventos presenciais, principalmente de reencontrar as pessoas. Por isso, o Roadsec foi importante para promover esse reencontro - sem desmerecer o conteúdo oferecido aos participantes e toda a experiência do evento em si.

O Roadsec tem um papel muito importante na comunidade de segurança, principalmente pela sua grandiosidade e pelo Hackaflag, seu campeonato que popularizou os CTFs. Sim, ele é um verdadeiro "festival", que atrai muitas pessoas interessadas por iniciar na área. O Roadsec também tem o mérito de trazer vários temas complementares a área de segurança, incluindo biohacking, hardware hacking, etc. 

Pontos fortes dessa edição:
  • Novo espaço, maior do que o Audio Club e com circulação mais fácil (pois era um galpãozão, sem divisões e labirintos entre os espaços, como acontecia na Audio);
  • Possibilidade de sair e voltar ao evento, que foi usado por muitas pessoas para almoçar em lugar externo;
  • Grade bem diversificada de palestras, com 10 palcos simultâneos e vários conteúdos legais;
  • Espaço para as comunidades (eu achei um pouco confuso, com metade de mesa para cada uma, mas não pude ficar muito tempo lá para ter certeza se funcionou bem ou mal);
  • Fiquei muito contente em ver a participação da WOMCY no espaço de comunidades, uma oportunidade muito legal de promover a diversidade na nossa área!
  • Vale a pena destacar o público diverso do evento, com uma grande participação de mulheres;
  • O Roadsec é um evento que atrai muitas pessoas no início de carreira, o que fortalece o crescimento do mercado.
Como nem tudo é perfeito e sempre pode melhorar, o evento também teve alguns pontos de atenção:
  • Filas e mais filas. Fila gigante para entrar, mais filas para pegar brindes nos stands e, principalmente, filas gigantescas para comer. Algumas pessoas chamavam o evento de "Roadfilas". Para comprar algo para comer ou beber, era necessário primeiro pegar uma fila para comprar o Ticket, e depois pegar outra fila para pegar sua comida ou bebida. Justiça seja feita: não é fácil alimentar 4 mil pessoas de uma vez, e em todos os eventos anteriores tivemos problemas de filas, principalmente na entrada e nas refeições;
  • Esquema de compra de comidas muito mal organizado. Ao comprar o ticket da comida ou bebida, vocÊ era obrigado a informar o que gostaria, pois isso era registrado no próprio ticket. Se você mudasse de idéia ou o lanche tivesse acabado (por exemplo), era obrigado a trocar o ticket em um dos caixas. Outra desvantagem é que o processo de compra era muito lento (o que aumentava o tempo na fila), pois você era obrigado a escolher cada item que fosse comer ou beber, e o funcionário tinha que achar esse item no sistema e imprimir o ticket equivalente. O jeito mais fácil seria apenas comprar "créditos", por exemplo, 100 reais, e gastaria como quisesse;
  • Nem vou comentar sobre o alto valor cobrado pelas comidas e bebidas, outro problema recorrente... rs...
  • Tinha uma coisa muito legal que fez falta na programação deste ano: não tivemos as tradicionais oficinas do Roadsec (como lockpicking, hardware hacking, drone, VR, pixel art, etc). São atividades simples, mas que atraem o público iniciante na área e ilustram a diversidade de conhecimentos que podem ser englobados no universo do hacking;
  • A área de exposição dos maiores patrocinadores (Diamond e Platinun) e da arena do Hackaflag ficou meio pequena e apertada, com os stands muito grudados uns nos outros. Isso atrapalhou a circulação e até mesmo a visualização dos stands;
  • O palco principal tinha poucos assentos. Embora fossem suficiente para as palestras no decorrer do dia, isso não era suficiente para os momentos de maior público: a abertura, os keynotes e o encerramento do evento. O espaço ficou pequeno nessas horas.
O Roadsec também se destacou pela presença de grandes empresas patrocinando e reforça a presença dos bancos tentando se aproximar da comunidade de segurança: o Bradesco, o C6 Bank e o BTG estavam presentes, com stands bem agitados. Desta vez, ao contrário dos anos anteriores, o Itaú não patrocinou o evento - justo ele, que foi o pioneiro, o primeiro banco a patrocinar eventos de segurança.

Como disse anteriormente, estamos vivenciando um momento de volta dos eventos presenciais. Dos principais eventos brasileiros de segurança, começamos o ano com a volta do You Sh0t the Sheriff, em Maio, que entregou um evento no mesmo padrão de todos os anos, proporcionando uma grande carga de saudosismo entre os participantes e permitindo o nosso reencontro após 2 anos de hiato. Agora tivemos o Roadsec, para nos lembrar dos grandes eventos. Vamos esperar a H2HC, a BSidesSP e todos os demais eventos esperados para esse segundo semestre (incluindo Nullbyte, Jampasec e BHACK).

Aproveite e assista também esse bate-papo entre o Pedro Bezerra e o Felipe Prado, compartilhando suas opiniões sobre o evento:


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