Esta foi a terceira vez que apresento este material em um CNASI, tendo repetido esta apresentação no CNASI Rio de Janeiro em Março deste ano e no CNASI São Paulo, em outubro de 2010. O material foi atualizado com o tempo, mas de uma forma geral, eu mantive sempre o foco principal, que foi o de apresentar os principais conceitos sobre guerra cibernética, mostrar que isto pode se tornar realidade nos dias de hoje e me preocupei em discutir como os países, e o Brasil em particular, tem se posicionado sobre este tema.
Prepare-se para a Guerra Cibernética !
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Entretanto, a edição de Brasília foi privilegiada. Na véspera do evento, o coordenador de Segurança Cibernética da Casa Branca, Howard A. Schmidt, publicou um documento que descreve a nova política internacional dos EUA para o ciber espaço. Chamado de "International Strategy for Cyberspace", que entre outras coisas mostra o posicionamento do governo americano sobre a questão da Guerra Cibernética.
O documento descreve em várias páginas qual é a visão do governo americano sobre o futuro da Internet, sua importância e como os EUA devem se relacionar com outros países neste aspecto. Uma frase é bem interessante e resume a importância estratégica da Internet:
"Assuring the free flow of information, the security and privacy of data, and the integrity of the interconnected networks themselves are all essential to American and global economic prosperity, security, and the promotion of universal rights."
Ou seja, o governo dos Estados Unidos reconhece a importância de assegurar o livre fluxo de informação, a segurança e a privacidade dos dados, bem como a integridade das redes interconectadas para a segurança, prosperidade econômica, e a promoção dos direitos universais. Para concretizar este futuro e garantir a prosperidade, segurança e transparência, os Estados Unidos pretendem combinar esforços nos campos da diplomacia, defesa e do desenvolvimento. Entretanto, no capítulo sobre a defesa, o documento foca na questão da importância dos EUA reagirem contra usuários maliciosos (e criminosos).
Segundo o documento, os Estados Unidos, junto com outras nações, deve incentivar o comportamento responsável e opor-se aqueles que procuram perturbar o bom uso das redes e sistemas, dissuadindo os tais agentes maliciosos. O governo americano se posicionou claramente como detentoro do direito de defender suas redes e sua capacidade de resistir e se recuperar de interrupções e outros ataques. No trecho mais interessante, que reproduzo abaixo, o documento deixa claro que os Estados Unidos responderão a atos hostis no ciberespaço como faria para qualquer outro tipo de ameaça, utilizando todos os meios necessários: diplomáticas, de informação, militar e econômico. Tal resposta inclui o uso de força militar, embora o documento diz que o governo americano irá esgotar todas as opções antes de usar a força militar sempre que possível, buscando um amplo apoio internacional sempre que possível.
"When warranted, the United States will respond to hostile acts in cyberspace as we would to any other threat to our country. We reserve the right to use all necessary means – diplomatic, informational, military, and economic – as appropriate and consistent with applicable international law, in order to defend our Nation, our allies, our partners, and our interests. In so doing, we will exhaust all options before military force whenever we can; will carefully weigh the costs and risks of action against the costs of inaction; and will act in a way that reflects our values and strengthens our legitimacy, seeking broad international support whenever possible."
Ou seja, segundo a "International Strategy for Cyberspace", os EUA podem optar por responder a um ato de Guerra Cibernética através de uma retaliação convencional, ou seja, uma guerra convencional.
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