Felizmente o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, vetou o projeto de lei que criaria o Dia do Orgulho Heterossexual na cidade de São Paulo, um projeto de lei do vereador Carlos Apolinario (DEM), membro da igreja Assembleia de Deus.
Segundo Kassab, a proposta é "despropositada" pois "O heterossexual é maioria, não é vítima de violência, não sofre discriminação, preconceito, ameaças ou constrangimentos. Não precisa de dia para se afirmar". Além do mais, "mulheres, negros e outras minorias raciais devem ter seus dias no calendário. Estas datas, sim, têm sentido, pois estimulam a tolerância e a paz".
Eu, particularmente, não vejo motivo para tal aberração, que provavelmente só serviria para fomentar o preconceito. Ao contrário da população homossexual, os héteros não sofrem preconceito diariamente pela sua opção sexual: os casais héteros podem andar de mãos dadas nas ruas ou mesmo trocar carícias sem se preocupar que podem ser agredidos ou ofendidos. Além do mais, tem todos os seus direitos garantidos. Nunca ouvi notícia sobre algum casal hétero que tenha sido atacado na Avenida Paulista ou na praça da República somente por andarem de mãos dadas.
Na minha opinião, promover o "dia do orgulho hétero" é defender que uma maioria tenha direito de manter seu comportamento preconceituoso (e, muitas vezes, violento). É o mesmo que defender o direito da população branca ser racista e o direito ao preconceito religioso.
Qual seria o próximo passo? Termos passeata da KKK e dos neo-nazistas na Av. Paulista? Passeata contra os Judeus e os negros? Obrigado, mas esta não é a cidade nem o país que eu quero.
Nenhum comentário:
Postar um comentário