agosto 08, 2012

[Segurança] Hiroshima e a guerra cibernética

Hoje o Arnaldo Jabor fez um comentário na rádio CBN em virtude dos 67 anos do lançamento da primeira bomba atômica, em Hiroshima no dia 6 de Agosto, matando milhares de pessoas em poucos segundos.

Com o título de "EUA não aprenderam com erro em Hiroshima", Arnaldo Jabor criticou o lançamento da bomba atômica. Segundo ele, a bomba atômica era desnecessária pois a guerra já estava ganha e serviu para atemorizar a União Soviética. De fato, Hiroshima deu início a era atômica e a Guerra Fria, uma corrida armamentista que levou os principais países a criarem enormes arsenais contabilizados em termos de número de ogivas nucleares e capacidade de destruição.



Este comentário me fez lembrar dos vírus Stuxnet e Flame. Desde o lançamento do livro Confront and Conceal, detalhando os planos do governo Bush e Obama para criar o Stuxnet, foi devidamente comprovado o envolvimento do governo americano e israelense com a criação do Stuxnet e do Flame, dois vírus direcionados para espionar e atacar governos no Oriente Médio e que deram início a corrida armamentista no ciber espaço.

Assim como o governo americano deu início a corrida armamentista nuclear há quase 70 anos atrás ao lançar a primeira bomba nuclear em Hiroshima, ao criar o Stuxnet, os americanos deram início a corrida armamentista no ciber espaço. Desde que os detalhes sobre o funcionamento do Stuxnet vieram a público, os governos e a opinião pública tomaram consciência do nível de fragilidade dos países e seus sistemas de infra-estrutura crítica, e como a tecnologia atual permite que um adversário possa invadir e destruir a infra-estrutura de um país.

Assim como as bombas nucleares vieram para ficar, e até hoje corremos o risco de algum país utilizá-las, o mesmo vai acontecer com as "armas cibernéticas": diversos países já anunciaram que estão criando centros de defesa e de guerra cibernética e, muito provavelmente, estão desenvolvendo tecnologias similares ao Stuxnet  e ao Flame.

Um comentário:

Daniel Quadros disse...

É claro que esta opinião é discutível. O grande argumento dos EUA sempre foi que o lançamento da bomba abreviou uma guerra que se previa ser longa e sangrenta e, portanto, teria poupado vidas no computo geral. Se isto é verdade, não dá para saber.

Já a "corrida atômica" me parece inevitável. Já tínhamos chegado a um ponto onde o conhecimento teórico necessário já existia, faltava apenas resolver problemas de engenharia. A Alemanha nazista tinha o seu programa nuclear (Uranprojekt) desde o início da guerra (fonte: wikipedia). A União Soviética iniciou seu projeto antes do lançamento das bombas.

O que certamente foi uma provocação para a União Soviética, e levou à crise dos misseis em Cuba, foi a instalação de misseis com bombas atômicas na Europa.

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