A decisão foi relacionada a um processo de um cidadão espanhol (Mario Costeja González) em conjunto com a Agência Espanhola de Proteção de Dados, pois uma busca no Google identificava notícias em um jornal local relacionadas a uma antiga dívida dele, de 16 anos atrás.
O tribunal avaliou a responsabilidade dos buscadores e o direito do cidadão em proteger sua vida privada e a privacidade de suas informações. Segundo o tribunal, os donos dos dados tem o direito de solicitar a retirada de dados que sejam inadequados, irrelevantes ou excessivos frente a necessidade deles serem divulgados, e os instrumentos de busca tem a obrigação de suprimir os resultados, a menos que haja maior interesse de conhecimento do público sobre esta informação.
O "direito de ser esquecido" é (ao menos deveria ser!) um dos pontos principais em qualquer discussão sobre privacidade online. Ele significa que qualquer cidadão pode pedir a retirada de seus dados da Internet, em especial quando se trata de informações antigas, inacuradas ou irrelevantes. Segundo o tribunal europeu, deve haver um equilíbrio entre a privacidade do indivíduo e o interesse público em conhecer aquela informação.
Mas o "direito de ser esquecido" tem vários aspectos polêmicos:
- Ele não necessariamente significa que todas as informações sobre o indivíduo devem ser apagadas;
- Corre o risco de ser confundido com censura;
- A complexidade técnica em implantar controles, filtros ou restrições nos mecanismos de buscas;
- A possibilidade das emprsas de busca serem sobrecarregadas de solicitações de remoção de dados de milhares de indivíduos em todo o mundo.
Embora a decisão do Tribunal de Justiça da União Europeia seja específica para buscadores online, o "direito de ser esquecido" deveria se aplicar a qualquer empresa ou provedor de conteúdo na Internet, incluindo redes sociais e provedores de e-mail. Ou seja, deveríamos ter o direito de exigir que sites como o Facebook ou serviços como o GMail apagassem todos os nossos dados armazenados por eles.
O principal aspecto positivo dessa decisão recente contra o Google é que ela irá permitir o amadurecimento da discussão sobre o direito de privacidade online. Não é a toa que vários países possuem ou estão criando leis específicas sobre privacidade de dados online.
Nenhum comentário:
Postar um comentário