Neste ano eu tive a oportunidade de palestrar em várias edições do evento: Oito, ao todo. Estive no Roadsec Pro e no "normal" em Brasília, nos Roadsecs em Salvador, BH, João Pessoa, Vitória, Porto Alegre e Cutitiba, e ainda fechei o ano com uma palestra na trilha de carreiras na edição de São Paulo. A maioria dessas palestras aconteceram em função de uma parceria de conteúdo entre a Flipside e a empresa aonde trabalho, RSA, aonde nos comprometemos a oferecer palestras diferentes em cada uma das cidades acima.
Para mim, essa foi uma oportunidade excelente de conhecer e vivenciar um pouco como é o verdadeiro espírito do Roadsec, como é conhecer várias cidades e várias pessoas ao redor do país, ver as diferenças entre cada edição e, ainda, a chance de conviver e conversar com vários palestrantes e com o time sensacional da Flipside que faz o Roadsec acontecer.
E a minha conclusão é que a Flipside é formada por um time de heróis e heronias! Quem olha de longe ou participa de uma ou outra edição não tem a idéia do grande esforço que eles tem para fazer o evento acontecer em tantos lugares tão diferentes no decorrer do ano. O esforço inclui, entre outras coisas, cuidar da logística, de ir de cidade a cidade carregando malas lotadas de material do evento, e o sacrifício pessoal de passar vários finais de semana trabalhando longe de casa. Mesmo quando você consegue esticar um dia a mais para curtir a cidade, ainda assim é um esforço muito grande do ponto de vista pessoal.
E, sinceramente, nem sempre o esforço deles é compensado em termos de patrocínio ou de participação da comunidade local. Ver isso me deixou um pouco frustrado, por ser um fã do evento e por acreditar na importância que eles tem, levando um evento de qualidade que tem potencial para fomentar o mercado em todo o país.
Algumas coisas que me saltaram aos olhos:
- Antes de mais nada: os problemas ou defeitos independem de geografia. A realidade não condiz com o preconceito enraizado de que cidades de algumas regiões são mais ou menos evoluídas em termos de infra-estrutura, tecnologia e comunidade. Vi, por exemplo, edições do Roadsec no Nordeste muito mais cheias e ricas do que em cidades da região Sul, ou uma edição no Sudeste com público abaixo da expecttiva;
- Vemos uma grande diferença de infra-estrutura entre as cidades. Por ser realizado em várias faculdades diferentes, é visível como algumas faculdades tem infra-estrutura bem melhor do que outras, sem seguir nenhum padrão geográfico. Uma edição podia acontecer em um auditório luxuoso e a próxima em uma faculdade em que o sinal wifi quase inviabilizou o streamming das palestras;
- Baixo engajamento do público, inclusive em cidades que deveriam ser pólos tecnológicos mais avançados. Eu vi cidades, inclusive, aonde o campeão do Hackaflag (o campeonato local de CTF) foi o único participante a pontuar;
- Me assustei, principalmente, ao ver locais aonde falta a cultura de valorizar a comunidade em vez do benefício próprio. Vi casos aonde as demais faculdades marcavam prova no dia do Roadsec para que seus alunos não fossem no evento. Pior ainda: em uma cidade o professor de uma outra faculdade foi no Roadsec oferecer para que fizessem a próxima edição na sua instituição, prometendo levar mais alunos do que eles receberam nesse ano. Ou seja, a competição entre faculdades é mais importante do que a troca de conhecimento e a aprendizagem :(
Não posso encerrar o meu post sem um grande Parabéns para toda a equipe da Flipside que faz o Roadsec acontecer! Parabéns pelo esforço pessoal e profissional, parabéns pelo amor e dedicação, pelo cuidado com o evento e com os participantes, pelo engajamento dos Roadies, por manter as competições vivas e por ter fôlego para inovar a cada ano.
Um comentário:
muito legal seu relato e suas observações... esse lance da competição entre as universidades e ia completa novidade pra mim... parabéns Cara!
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