setembro 17, 2025

[Segurança] Panorama do cibercrime no Brasil

Anualmente o Instituto Datafolha faz um levantamento do cibercrime para o Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Nesse ano, a pesquisa “Vitimização e Percepção da Segurança Pública no Brasil” foi lançada nesta no dia 14 de agosto durante o 19º Encontro Nacional do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

A pesquisa mede o impacto dos crimes na internet e contra o patrimônio no Brasil, e destaca que os crimes patrimoniais migraram das ruas para o ambiente digital, sobretudo depois da pandemia da Covid-19, em 2020. Ela traz vários números relevantes sobre a criminalidade brasileira e os crimes na Internet — como golpes do Pix ou de boletos falsos, fraude contra cartão de crédito e compras não entregues:

  • 1 em cada 3 brasileiros (33,4%) sofreu um golpe na Internet com prejuízo financeiro nos últimos 12 meses, o equivalente a 56 milhões de vítimas;
  • A perda para a população com crimes na Internet foi de R$ 111,9 bilhões;
  • 31,4% dos entrevistados afirmaram ter sido vítimas de crimes que resultaram em vazamento de dados pessoais, um total de 53 milhões de vítimas em um ano;
  • 36,3% dos brasileiros disseram ter sofrido uma tentativa de golpe virtual, ou 61,3 milhões de pessoas;
  • No total, 46,4 milhões de brasileiros relataram ter sofrido algum contato por mensagem ou ligação telefônica envolvendo falsas centrais de segurança, o equivalente a 5.300 pessoas acionadas por hora no país;
  • 19,1% dos brasileiros com 16 anos ou mais no país foram ameaçados ou chantageados por criminosos que usaram dados deles ou de familiares para exigir dinheiro nos últimos 12 meses (o equivalente a mais de 32 milhões de pessoas). A situação gerou um prejuízo estimado de R$ 24,2 bilhões;
  • 9,3% da população brasileira foi vítima de roubo ou furto de celular (aproximadamente 15,7 milhões de pessoas);
    • O prejuízo financeiro médio estimado é de R$1.700 por vítima, o que representa um prejuízo agregado de cerca de R$26,7 bilhões.
    • Indivíduos que tiveram o celular furtado ou roubado apresentaram um aumento de aproximadamente 3,7 vezes nas chances de sofrerem um crime virtual.
    • 35% relataram ter sido vítimas de golpe do Pix ou de boleto falso;
  • O tipo mais comum de crime virtual com prejuízo direto foi o pagamento por produto não entregue, mencionado por 17,7% respondentes (29,9 milhões de pessoas), seguido pelos golpes via PIX ou boletos falsos, com 14,3% de prevalência e 28,8 bilhões de reais de prejuízo estimado
    • Embora atinja uma proporção menor da população, em comparação com a modalidade de pagamento por produto não entregue, o valor médio perdido por pessoa é significativamente mais alto (R$ 1.198 versus R$ 446,00), indicando maior impacto financeiro.

A pesquisa destacou também que as facções criminosas ligadas ao narcotráfico passaram a operar também os golpes virtuais para aumentar seus lucros, em especial o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV). Se no início as ligações eram feitas de dentro dos presídios, as operações policiais recentes revelaram um novo patamar de atuação, com ambientes equivalentes a centrais telefônicas estruturadas para a aplicação sistemática de fraudes bancárias e golpes digitais.

O Datafolha ouviu 2.007 entrevistados em 130 municípios, entre 2 a 6 de junho. A margem de erro é de dois pontos para mais ou para menos. O intervalo de 12 meses considerado foi de julho de 2024 a junho deste ano.

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