O programa descreveu vários tipos de crimes, ilustrados com exemplos reais:
- Compras fraudulentas online, com uso de cartões de crédito roubados, usando perfis falsos e laranjas para receber as mercadorias;
- Quadrilhas especializadas em diversos tipos de crimes financeiros online: transferências fraudulentas de contas, pagamentos de boleto, compras online, clonagem de cartão, pagamento de contas de luz, de aluguel e de produtos comprados online, sempre com cartões clonados ou a partir de contas correntes invadidas;
- Crime de ódio: comentários ofensivos realizados online por causa de etnia, raça, religião, grupo social, gênero, orientação sexual ou origem da vítima;
- Invasão de privacidade: O crime mais comum é a exposição de fotos íntimas na Internet, normalmente direcionadas a mulheres, aonde as fotos são roubadas ou compartilhadas como forma de vingança de uma ex-namorada. A reportagem cita dois casos muito tristes:
- Uma comunidade online, chamada "Ousadia e Putaria", foi criada por moradores da cidade de Encantado (RS) para compartilhar imagens íntimas das meninas da cidade, incluindo menores de idade. O pior é ver a criminalização das vítimas: adolescentes entrevistados pela reportagem acreditam que as garotas agiram errado - além de existir comentários online ofendendo as garotas;
- Em Veranópolis (também no Rio Grande do Sul), a publicação de fotos íntimas de uma jovem terminou em tragédia no final de 2013: o rapaz, de 17 anos, conversava via Skype com uma garota, Giana Fabi de 16 anos, quando pediu para que ela mostrasse os seios na webcam. Em seguida, ele tirou uma foto da imagem na tela e compartilhou com os amigos. Dias depois, Giana se matou dentro de casa.
(Foto: Anderson Ramos)
A reportagem também falou sobre a atuação da ONG Safernet, que mantém um site para receber denúncias anônimas de crimes contra os direitos humanos na Internet. Em 2014 eles receberam 104 mil denúncias de crime de ódio na Internet, que ajudaram a remover da web 2.400 sites com conteúdo ofensivo.
Ainda sobre o tema da invasão de privacidade de jovens adolescentes, é fácil encontrar manifestações culpando as vítimas, como se as garotas tivessem culpa de suas imagens íntimas terem sido divulgadas por terceiros. As mulheres que fazem isso são taxadas de "safadas", e os homens são idolatrados e elevados a categoria de "garanhões" :(
O próprio site do Profissão Repórter tem um comentário que mostra esta mentalidade machista e distorcida:
Ou seja: se a garota compartilha uma foto íntima com seu namorado, ou tem sua foto roubada do celular, ela é "safada". O pio ré ver que a maioria apóia este tipo de comentário (11 "likes" contra 8 "dislikes").
Na minha opinião, o correto seria ninguém tirar foto íntima própria, e ponto final. Se nã quer que alguém veja, não fotografe - simples assim. Isso evitaria esses casos citados na reportagem e até mesmo o problema enfrentado neste exato momento pelo ator global Stenio Garcia, que "está poluindo a Internet" com o vazamento de suas fotos nu ao lado da esposa. Mas essa seria uma solução tão simples que é até ingênua. Outro aspecto importante é citado no final da reportagem, no depoimento de uma mãe: se a alguém recebe uma foto íntima de outra pessoa, ela deveria simplesmente apagar isso, e jamais compartilhar.
Infelizmente acredito que vamos continuar vivenciando essas cenas por muito tempo, pois nada me faz acreditar que as pessoas vão parar de se fotografarem e muito menos que vão começar a respeitar o próximo a ponto de não compartilhar esse tipo de conteúdo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário