Recentemente eu recebi a notícia de um grupo que está formando o com objetivo de ser um hackerspace no Rio de Janeiro.
É o pessoal do Área 21 Hacker Clube (Facebook), que está se juntando para criar um hackerspace voltado para as áreas de Segurança, Software Livre e Programação. Eles iniciaram suas atividades em Outubro através da Roadsec Rio e e, nas palavras de um dos organizadores, eles estão agora procurando um espaço físico em uma universidade para se consolidar. Eles estiveram presentes no Roadsec São Paulo, fizeram uma oficina improvisada na BSidesSP e aproveitaram a visita para conhecer o Garoa.
O Rio tem uma quantidade enorme de profissionais e estudantes de tecnologia, em áreas diversas como engenharia, eletrônica, computação, segurança da informação, etc. Possui também várias comunidades de Segurança, Arduino e, principalmente, Software Livre. Inclusive, foi lá que eu participei de meu primeiro Coding Dojo, uma atividade de programação coletiva bem legal e muito usada para ensinar ou aperfeiçoar nossos conhecimentos de programação. O Rio também possui várias universidades excelentes. Ou seja, a cidade tem praticamente todos os ingredientes para formar um hackerspace grande, ativo.
Mas, antes do Área21, já tivemos a iniciativa do Kernel 40° (que já fechou), do Rio Hacker Space e do Carioca Hackerspace. Além deles, ainda existe o OHMS (Our Home Makerspace) (site em construção aqui) e o Weekend Thinkers, projetos com jeito de Makerspace realizados principalmente por uma única pessoa, o Dado Sutter, um cara sensacional, por sinal.
Com tantos ingredientes, com tantas iniciativas, com tantas tentativas, já passou da hora de termos um hackerspace no Rio de Janeiro. Mas, enfim, quando conseguiremos isso?
Na minha humilde opinião, infelizmente a resposta é nunca.
:(
Me parece que falta o principal ingrediente dessa mistura: o senso de comunidade.
Digo isso porque eu conheço vários grupos no Rio de Janeiro que poderiam se juntar e fazer um hackerspace fodástico, agregando várias pessoas super capacitadas, e várias comunidades muito ativas. Também conheço várias das pessoas envolvidas nas iniciativas acima. Mas o problema é que, além dessas comunidades serem relativamente pequenas para manter o seu próprio espaço individual, cada uma delas insiste em querer montar "o seu próprio hackerspace" e esperam que as demais comunidades venham se juntar ao espaço delas.
Ou seja, infelizmente sobra individualismo e ego, e falta o verdadeiro espírito de comunidade, que é o que faz um verdadeiro hackerspace acontecer.
Um hackerspace é um espaço comunitário e, como tal, não tem dono. Peguemos o exemplo do Garoa: foram 12 membros fundadores, os principais responsáveis pela criação do espaço. Destes, 7 ainda continuam participando do Garoa, mas hoje temos mais de 40 associados ativos (participantes que contribuem financeitramente com a manutenção do espaço). E, nestes mais de 5 anos de existência, pelo menos 74 pessoas já foram associados, frequentando o espaço, organizando atividades e hackeando. Isso sem falar das centenas de pessoas que frequentam esporadicamente o nosso espaço.
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