Mas há outros indicadores da dominância masculina no mundo de TI. Por exemplo...
- Segundo estatísticas do Google, apenas 17% de seus funcionários são mulheres
- 12% dos engheiros do Pinterest são mulheres
- Nesse trabalho super interessante, a Alyssa Frazee fez um levantamento entre os usuários do Github e, baseado no nome do perfil deles, estimou que apenas cerca de 5% dos perfis são de mulheres (vide gráfico abaixo). O artigo dela é bem interessante, pois ela também mapeou a percentagem de usuários e usuárias de acordo com a linguagem de programação utilizada ;)
Apesar da participação relativamente pequena, diversas mulheres gravaram seus nomes na história da tecnologia e são influentes até hoje. Não custa lembrar que uma mulher, a Ada Lovelace, é considerada a primeira programadora da história. Além dela, outros exemplos de mulheres importantes são a Grace Hopper, Frances E. Allen, Mary Kenneth Keller, Radia Perlman, Ida Rhodes, Jean E. Sammet, Marissa Mayer. E, em homenagem a todas elas, no dia 14 de Outubro é celebrado o "Ada Lovelace Day".
Na revista Wired de Setembro deste ano, há um pequeno artigo que aborda de forma muito interessante os aspectos culturais que ajudam a perpetuar a dominância masculina na indústria de TI americana - mas que se aplica a vários outros países, inclusive aqui no Brasil.
O autor comparou o mercado americano com o indiano, que ele considera ter mais igualdade entre os sexos. Embora as mulheres tenham igual capacidade mental de realizar trabalhos com tecnologia, a cultura tecnológica americana certamente tem um sexo muito bem definido. Desde o início, a idéia de alguém promovendo a inovação é associada a pioneiros, exploradores, guerreiros. Sempre do sexo masculino. São pessoas destemidas, combatentes, agressivas e perigosas, ainda mais em uma cultura extremamente competitiva como a Americana. Por isso, o profissional ideal é o guerreiro solitário. E aí é consolidada a imagem totalmente masculinizada do profissional de destaque na área de TI. Não importa a inteligência, a racionalidade ou o diálogo. Para exemplificar este culto ao macho empreendedor, é comum vermos hackatons regados a cerveja, servida aos participantes por atendentes do sexo feminino.
Por causa dessa cultura de idolatria ao macho empreendedor, é muito comum ver que a opinião das mulheres sobre este assunto sempre cai na discussão do preconceito e falta de valorização profissional que elas recebem no mercado de trabalho. Infelizmente também é muito comum ouvir relatos de mulheres que sofreram perseguição e ofensas.
Estas atitudes acabam isolando e afastando as mulheres do mercado de trabalho, e podem culminar com elas simplesmente optando por sair do mercado :(
No mundo ideal, deveríamos respeitar nossos colegas de trabalho independente do seu sexo, opção sexual, raça, vestimenta ou qualquer aspecto físico ou ligado a aparência. E o respeito vai até nos mínimos detalhes do dia-a-dia, evitando atitudes, comentários ou piadas que possam parecer ofensivos para os outros.
Um comentário:
Ótimo artigo!! E, como mulher, fico muito contente com o seu último parágrafo. Infelizmente nem todos possuem a noção de que respeito deve existir independente das diferenças. Parabéns! =)
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