Em 2012 foi a gigante petrolífera Saudi Aramco: 30 mil computadores foram atacados e a empresa ficou fora do ar por 10 dias, em um ataque em protesto contra o governo Saudita.
Neste ano tivemos notícia de mais duas empresas que foram vítimas de ciber ataques complexos que foram vitimados por questões ideológicas, e podem, eventualmente, ter a participação (ou pelo menos a conivência) dos governos locais.
Esta pode ser a nova fronteira da guerra cibernética: ataques destrutivos direcionados a empresas, com motivação político-ideológica, aonde o sentimento nacionalista é um dos principais motivadores.
Recentemente, hackers invadiram a Sony Pictures Entertainment, possivelmente em represália a um filme da empresa sobre um plano de assassinato contra o líder Norte-Coreano Kim Jong Un (a comédia The Interview, ainda não lançada nos cinemas). Como resultado do ataque, teriam sido roubados 100 TBytes de informações (dos quais apenas 1TB foi divulgado até o momento), incluindo e-mails dos funcionários e executivos, dados da folha de pagamento e dados pessoais de 47 mil funcionários e contratados (como o ator Sylvester Stallone) e segredos da empresa tais como as versões finais de cinco grandes filmes que seriam lançado nessa próxima temporada de férias. Embora a Sony não tenha publicamente identificado o responsável pelo ataque, diversos rumores indicam que os especialistas em segurança contratados pela Sony ligaram o incidente ao grupo de hackers conhecido como DarkSeoul, que as autoridades sul-coreanas e americanas acreditam trabalhar para o governo norte-coreano.
E as novidades da Sony não acabam de chegar. Recentemente o grupo divulgou o roteiro do próximo filme do James Bond, além de mensagens de executivos da Sony com comentários ofensivos a Angelina Jolie e comentários racistas dirigidos ao presidente americano Barack Obama.
Poderia o lançamento de um simples filme motivar um ciber ataque tão destrutivo para os dados e para a imagem de uma empresa?
No início de 2014 um grupo de hackers do Iran, auto-identificado como "Anti WMD Team", invadiu e destruiu computadores e servidores da empresa Sands, uma gigante da indústria dos cassinos, dona dos luxuosos cassinos Venetian e Palazzo, em Las Vegas, entre outros. O ataque, batizado de Yellowstone 1, foi uma vingança a comentários do CEO da empresa durante um debate em Israel. Na ocasião, Sheldon Adelson disse que a melhor forma de negociar sobre o programa nuclear Iraniano seria jogar uma bomba atômica no deserto e ameaçar joar a próxima em Terã, caso o governo não desista de seus planos.
Durante o ciber ataque foram roubados dados pessoais de empregados e, principalmente, foi executado um malware devidamente customizado para destruir todos os computadores e servidores da empresa: apagar os discos, sobrescrever os dados com bits aleatórios, e em seguida reiniciar os equipamentos. Incontáveis computadores e cerca de três quartos de servidores da empresa em Las Vegas foram destruídos. Estima-se que a recuperação de dados e reconstrução dos sistemas poderiam custar à empresa pelo menos 40 milhões de dólares.
Poderia uma frase de um diretor durante um debate motivar um ciber ataque tão destrutivo para os dados de uma empresa?
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