No sábado dia 09/11 foi realizada a sexta edição da conferência NullByte, um evento de segurança pequeno (com 100 participantes), mas com palestras de excelente conteúdo técnico. Esse é um ótimo exemplo de como é importante termos eventos regionais que ajudem a fomentar e manter uma comunidade local de pesquisadores de segurança, incentivando o estudo e a pesquisa de segurança ofensiva.
A NullByte teve 7 palestras, em sua grade, mas no final contamos com uma palestra surpresa do Maycon Vitalli (excelente!), além de um pequeno debate, infelizmente desastroso (comentarei sobre isso em um próximo post, logo logo!). Todas as palestras de excelente qualidade, falando sobre temas avançados de técnicas de ataque, invasão e defesa.
A NullByte é um excelente exemplo de evento que representa a cena hacker brasileira - nesse caso, considerando o aspecto de segurança ofensiva associado ao termo "hacking". É um evento pequeno, organizado totalmente por voluntários e sem fins lucrativos. O interesse sincero dos organizadores é de, simplesmente, criar um espaço para troca de conhecimentos em segurança da informação e, assim, fomentar a comunidade de pesquisadores na área. Temos poucos eventos desse tipo no Brasil: além da Nullbyte, o Jampasec em João Pessoa, a DarkWaves em Natal, a Alligator e a BWCon em Recife - além da Hackers to Hackers Conference (H2HC) - nosso maior evento nessa área. Esses eventos agregam as pessoas interessadas em compartilhar o conhecimento técnico e suas pesquisas sobre segurança da informação e invasão de sistemas.
No domingo, dia 10/11, a experiência foi diferente: realizamos o primeiro encontro nacional de hackerspaces, o "Dumont Fest", no Raul Hacker Club - o hackerspace de Salvador. Diferente da NullByte, que era focada em segurança da informação, o encontro no Raul foi um espaço para conversarmos sobre a cultura hacker de forma mais ampla e abrangente, em todas as suas nuances - principalmente no sentido de fomentar conhecimento tecnológico e educação colaborativa.
O Raul é um espaço extremamente inclusivo. que se preocupa em se manter assim nos mínimos detalhes. Também é um espaço de educação e experimentação, para pessoas de todas as idades e classes sociais.
Nesse dia, conseguimos juntar pessoas de 5 Hackerspaces do Brasil: Mandacaru (de Feira de Santana, na Bahia), Jerimum (Natal), Oxe (Maceió), Garoa (eu!) e do próprio Raul - além de uma pessoa interessada em montar um hackerspace em Sergipe. Foi uma excelente oportunidade para, principalmente, compartilhamos nossas experiências (sucessos e dificuldades), e aprender como hackerspace tem se adaptado a sua realidade local. Em termos de desafios, todos tem dificuldades em atrair pessoas interessadas em participar das atividades, além da dificuldade em manter financeiramente saudável. Também tivemos a oportunidade de ouvir a Ka Menezes, do Raul, contar sobre a sua tese de doutorado sobre "pedagogia hacker", ou seja, sobre como a cultura hacker pode revolucionar a educação.
Ou seja, foi um final de semana para vivenciar dois lados complementares da cultura hacker: o lado técnico, aonde o uso do termo "hacking" está focado em segurança da informação, e o lado comunitário, aonde o "hacking" esta preocupado com a educação tecnológica e o lado humano.
Vale a pena ler:
- Eventos no Nordeste impulsionam cenário de segurança na região
- Tese de doutorado da Ka Menezes: "P2H: Pirâmide da Pedagogia Hacker : [Vivências do (in)possível]"
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