Recentemente, até o Ethevaldo Siqueira, comentarista de tecnologia da CBN, comentou sobre as impressoras 3D.
Comentário um pouco impreciso e exagerado, diga-se de passagem. Afinal, não acredito que "milhares de pessoas vão produzir uma ampla variedade de objetos", e muito menos, imprimir equipamentos eletrônicos. Nem mesmo revolucionar a economia, medicina, etc.
Afinal, as técnicas de impressão em 3D já existem há muitos anos, e sempre foram utilizados pela indústria no processo de prototipagem: máquinas grandes e caras são corriqueiramente utilizadas por empresas para criar protótipos de novos produtos, como parte natural do processo de criação.
A grande novidade, na verdade, é o acelerado processo de democratização das impressoras 3D nos últimos anos, com o surgimento de vários modelos de pequeno porte e que usam tecnologia aberta, que podem ser comprados e utilizados por usuários domésticos e pequenas empresas. Hoje, é possível comprar modelos de impressora 3D aqui no Brasil por R$ 3.900 ou mesmo em lojas virtuais.
E, entre outros, duas famílias de modelos foram responsáveis pela popularização das impressoras domésticas e Open Source em todo o mundo: a RepRap e a Makerbot, ambas de código aberto: você pode comprar a impressora pronta ou utilizar o projeto para construir a sua própria impressora. Estas impressoras utilizam um filamento de plástico (ABS ou PLA), que é derretido e forma um pequeno fio, que é cuidadosamente depositado em finas camadas para formar um objeto em 3D. O ABS é o mesmo plástico utilizado nas peças de Lego e para-choques de carros, além de ser um material resistente a choques e a torção, com uma alta temperatura de fusão (220ºC). O PLA (Polylactic acid) é um poliéster biodegradável que tem ponto de fusão mais baixo que o ABS (150ºC-160ºC). Os donos de uma impressora 3D podem criar objetos usando um software de modelagem em 3D ou abaixar algum dos milhares de projetos disponíveis.
Estas impressoras 3D de uso doméstico tem várias aplicações para escritórios de marketing, design ou de arquitetura, ou mesmo para uso doméstico ou educacional. Por exemplo:
- criação de protótipos para teste de novos produtos ou equipamentos
- criação de maquetes
- confecção de peças para equipamentos ou projetos maiores
- criar objetos de uso doméstico, objetos ornamentais ou mesmo pequenos brinquedos
- na educação: há forma mais divertida de aprender geometria e trigonometria? ;)
- isso sem falar que há projetos de impressora 3D que utilzam peças fabricadas por outras impressoras 3D !!!
Vale a pena lembrar que a maioria das impressoras 3D ainda não tem um uso muito amigável: é necessário utilizar softwares específicos para modelagem e impressão, além de exigirem constantes ajustes e calibrações. Mas estas são dificuldades que estão sendo minimizadas com o passar do tempo e com o surgimento de novos equipamentos.
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