Se 2016 fosse um filme, o roteiro teria sido de George R. R. Martin e a direção, do Quentin Tarantino.
Do ponto de vista de segurança, também tivemos um ano tumultuado, com alguns eventos bem marcantes para o nosso mercado:
- Proliferação de ataques a dispositivos IoT e ataques DDoS a partir destes dispositivos, com destaque para a botnet Mirai (cujo código fonte foi disponibilizado publicamente no Github)
- Como consequência do surgimento das botnets baseadas em IoT, os ataques DDoS atingiram volumes marcantes e chegaram a desesperadora marca de 1.2 Tbps;
- Continuamos com a onda de vazamento de dados, desta vez a todo o vapor, com destaque ao mega-vazamento de 1 bilhão de dados de usuários do Yahoo!
- Na gringolândia, talvez a principal notícia do ano foi a possibilidade das eleições presidenciais terem sido hackeadas, ou a grande influência que os vazamentos de dados (direcionados ao partido Democrata e supostamente realizado por hackers russos) pode ter tido no resultado final das eleições;
- No Brasil, este foi o ano dos Ransomwares. embora esse tipo de código malicioso não seja novidade para ninguém. Ainda assim, o sequestro de computadores ainda não tem sido realizado pelos ciber criminosos brasileiros (que ainda preferem focar em fraude bancária). Os usuários brasileiros foram infectados por ransomwares criados lá fora, e também sofreram com as diversas variantes que surgiram neste ano;
- Ainda sobre os Ransomwares, vimos o surgimento de diversas iniciativas para tentar conter a epidemia dos Ransomwares, em particular o lançamento do portal NoMoreRansom.org.
Do ponto de vista de prevenção, neste ano começamos a ver as primeiras iniciativas de se utilizar Big Data como forma de identificar fraudes e ataques, algo que deve amadurecer em 2017. Também nesta linha, a IBM começou a utilizar o Watson para identificar ciber ataques.
Nota (adicionada em 26/12): Esqueci de mencionar uma coisa: em 2016 vimos a massificação da cultura hacker, principalmente em função do grande sucesso da série Mr. Robot. Eu acredito que o Mr. Robot é tão influente para a geração atual quanto foram os filmes War Games e Hacker (1995) nos anos 90. Ou seja, a popularização do hacking, através de uma série televisiva bem feita, e de escala mundial, está influenciando novas gerações a entrarem nesse mercado (tanto para o lado bom quanto para o lado escuro da Força). Aqui no Brasil, além do sucesso da série Mr. Robot, estamos vivendo uma grande popularização das competições de Capture The Flag (CTF), o que colabora para atrair o interesse de estudantes e jovens profissionais.
Nota 2 (adicionada em 05/01/17): A Dell EMC publicou um pequeno artigo destacando os principais ciber ataques de 2016. Vale a leitura.
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