Normalmente se associa muito o aumento do ciber crime com a adoção do Home Office e incremento no e-commerce. Mas, além disso, diversos fatores contribuíram para que víssemos o aumento das atividades criminosas no período da pandemia do novo Coronavírus.
- Impacto da crise financeira, desemprego e falta de dinheiro, levando pessoas a buscarem no crime cibernético uma oportunidade de ganho financeiro. Em momentos de crise econômica, é comum presenciar o aumento da criminalidade;
- O aumento do uso de serviços online, graças a quarentena e isolamento social, certamente chamou a atenção dos criminosos;
- A diminuição na circulação de pessoas nas ruas também causou um menor volume de potenciais vítimas do crime tradicional. Houve a diminuição dos assaltos e migração do criminoso do mundo físico para o virtual. Segundo o Anuário da Segurança Pública, os roubos a pedestres diminuíram 34%, os assaltos a carros caíram 22,5%, os assaltos a residências reduziram 16%, e houve 18,8% menos roubos ao comércio;
- Com a maior adoção do e-commerce, a entrada de novos usuários sem experiência em evitar golpes em muito facilita a vida dos criminosos;
- Também graças a maior adoção do e-commerce, novas empresas começaram a transacionar online, sem experiência em prevenir e tratar fraudes eletrônicas;
- Com maior dependência das redes sociais, criou-se o cenário perfeito para a proliferação de perfis falsos em nome de empresas, oferecendo promoções falsas ou abordando clientes para aplicar golpes;
- As empresas não estavam preparadas para o trabalho remoto, nem em termos de tecnologia nem em processos. Com um cenário de crise, também houve dificuldade de investir adequadamente em tecnologia e segurança. Segundo uma pesquisa encomendada pela Microsoft, apenas 16% das empresas brasileiras aumentaram seu investimento em cibersegurança em 2020;
- A migração dos funcionários para o home office colocou os recursos e informações da empresa em um ambiente menos seguro, nas redes domésticas. Longe das medidas de segurança das redes corporativas, longe da cultura corporativa e fora do alcance das ações de conscientização, os trabalhadores ficaram mais vulneráveis a ciber ataques;
- No home office, os recursos e informações corporativas também ficaram expostos ao alcance de familiares, permitindo o vazamento acidental de informação ou mau uso de equipamentos (por exemplo, quando permite aos filhos utilizar o computador corporativo para assistir aulas online);
- A incerteza e a busca por informações sobre a pandemia fomentou o crescimento de golpes utilizando temas relacionados a pandemia e ao Covid-19, principalmente ataques de phishing, incluindo golpes relacionados as medidas de auxílio financeiro para a população afetada pela crise econômica, como o auxílio emergencial no Brasil;
- A busca por tratamento médico também fomentou golpes oferecendo promessas de acesso ou venda de vacinas e remédios através de mensagens falsas, mensgens de phishing e sites falsos;
- O stress e incerteza causado pelo cenário de pandemia tornou as pessoas mais fragilizadas psiciologicamente, e assim, maus susceptíveis a fraudes e golpes de engenharia social.
Para saber mais:
- Conheça as tentativas de golpes financeiros mais comuns na pandemia e saiba como evitá-los
- Menos roubos e mais feminicídios: como a pandemia influenciou a violência no Brasil
- Violência, criminalidade e pandemia
- How to Defend Against Malware, Phishing, and Scams During COVID-19 Crisis
- Pandemia: só 16% das empresas investiram mais em cibersegurança
- Crimes cibernéticos aumentam 75% na pandemia, diz Minsait
- Why some jobseekers have turned to cyber crime during the pandemic
- Aumenta número de golpes na internet e no telefone durante a pandemia (Jornal Nacional)
- A pandemia de golpes digitais no Brasil
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